Delegação iraniana regressa a Viena para retomar negociações
Uma delegação iraniana vai partir para Viena, Áustria, para prosseguir com as conversações destinadas a relançar o acordo nuclear de 2015, mais de quatro meses após a sua suspensão, indicou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão.
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"No âmbito da política de levantamento das cruéis sanções contra o nosso país, a equipa dirigida por Ali Bagheri, o negociador-chefe da República Islâmica, vai partir para Viena dentro de poucas horas", declarou o porta-voz da diplomacia iraniana, Nasser Kanani, num comunicado.
As conversações iniciadas em Viena entre o Irão e as grandes potências para relançar o acordo internacional sobre o controverso programa nuclear iraniano, firmado em 2015 também na capital austríaca, estão bloqueadas desde março, após mais de um ano de discussões.
No final de junho, o Qatar organizou em Doha conversações indiretas entre o Irão e os Estados Unidos -- que em 2018 se retiraram unilateralmente do acordo durante a administração do então Presidente Donald Trump --, com o objetivo de recuperar o processo de Viena, mas as discussões foram interrompidas ao fim de dois dias e sem qualquer resultado.
Em 26 de julho, o chefe da diplomacia europeia e coordenador para o 'dossier' do nuclear iraniano, Josep Borrell, submeteu um projeto de compromisso e apelou às partes envolvidas nas conversações para o aceitarem e evitarem uma "perigosa crise".
Na segunda-feira, o Irão manifestou "optimismo" sobre o reinício das discussões sobre o acordo nuclear após examinar a proposta de Borrell.
"Neste ciclo de conversações, que decorrerá como previamente com a coordenação da União Europeia (UE), as discussões serão determinadas pelas ideias apresentadas pelos participantes, designadamente as que foram apresentadas esta semana pelo Irão à outra parte", acrescentou Kanani.
Segundo o comunicado, o responsável iraniano também exprimiu a esperança na resolução da situação "pelas partes adversas que devem adotar as decisões necessárias e concentrar-se seriamente nos problemas que permanecem por solucionar".
O Irão e seis potências mundiais --- Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China --- assinaram em 2015 um acordo sobre o programa nuclear iraniano, aceitando Teerão limitar drasticamente o seu enriquecimento de urânio em troca do levantamento das sanções económicas.
Após a saída unilateral de Washington do acordo (em maio de 2018), e o consequente restabelecimento das sanções económicas ao Irão, que os restantes signatários não conseguiram contrariar, Teerão tem violado o acordo e tem aumentado o seu 'stock' de urânio enriquecido.
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