A família de Archie Battersbee, o menor que está em coma há três meses, tem até às 9h locais (mesmo horário em Lisboa) de quinta-feira, 4 de julho, para apresentação uma ação legal para iniciarem uma transferência para uma unidade de cuidados paliativos.
Recorde-se que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) recusou, esta quarta-feira, o pedido dos pais, que tentam de todas as formas evitar que as máquinas fossem desligadas. De acordo com o que noticia a Sky News, caso a família não avance com o pedido, as máquinas serão desligadas às 11h locais (o mesmo horário em Lisboa)
O tribunal indicou que não iria "interferir com as decisões dos tribunais nacionais para permitir que a retirada do tratamento de suporte de vida [de Archie] prossiga".
Um não atrás do outro
Depois de o TEDH ter recusado intervir neste caso, a mãe da criança disse que esta era "mais uma decisão de partir o coração" e que se sentia "completamente vazia, e muito em baixo". "Obviamente esta era a nossa última opção", notou, depois de saber a decisão da instância europeia. "Agora temos que lutar para ver se ele consegue ter uma transferência digna para uma unidade de cuidados paliativos", referiu, de acordo com a Sky News.
"É injusto não termos, como pais, direitos pelos nossos filhos. É repugnante", sublinhou.
Caso Archie. O que está em causa?
Antes de seguir para o TEDH, o caso já tinha sido julgado no Supremo Tribunal britânico, que rejeitou o último recurso dos pais.
Archie está em coma desde 7 de abril, após a mãe o ter encontrado inconsciente com uma ligadura na cabeça, na sua casa em Southend, no Essex. Na origem do sucedido está um desafio viral nas redes sociais.
Segundo os peritos, Archie não demonstra atividade cerebral "digna de nota".
A mãe defende que "é a primeira vez que alguém é declarado 'provavelmente morto' com base numa ressonância magnética".
O caso é o mais recente no Reino Unido que coloca a avaliação dos médicos contra as intenções dos familiares. De acordo com a lei britânica, é comum que os tribunais intervenham quando os pais e os médicos estão em desacordo sobre o tratamento de uma criança.
Quando isso acontece, os direitos da criança sobrepõem-se ao direito dos pais para decidirem o que consideram melhor para os seus filhos.
[Notícia atualizada às 22h41]
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