O ministro das Relações Exteriores congolês, Christophe Lutundula, pediu na quarta-feira à Monusco que faça tudo para garantir que Gillmann deixe o território congolês "o mais rápido possível", convidando a missão a conceder "o benefício da emergência".
"A Monusco lamenta a expulsão do seu porta-voz pelo governo congolês", afirmou hoje aquela entidade num comunicado de imprensa, no qual sublinha que "toma nota" da "decisão do governo da República Democrática do Congo de pedir a um membro do seu pessoal que deixe o país".
No entanto, "a Missão compromete-se a continuar a trabalhar ao lado da população e autoridades congolesas para implementar o mandato que lhe foi confiado pelo Conselho de Segurança", acrescenta no documento.
"As observações feitas pelo Senhor Gillmann sobre a RFI, alegando que a Monusco não tinha meios militares para lidar com o M23 estão na raiz da tensão atual. Pedimos à Monusco de maneira amigável que ele deixe o país", disse, na quarta-feira, à agência de notícias francesa AFP uma fonte do governo congolês, sob condição de anonimato.
"Diariamente, a Monusco previne e responde a ataques contra civis através de vários mecanismos, incluindo a recolha e troca de informação de inteligência", disse um porta-voz da Monusco à AFP.
A Monusco também emite alertas e presta regularmente apoio técnico e logístico às forças de segurança congolesas.
Desde 25 de julho, manifestantes furiosos saquearam as instalações da Monusco, que está na RDCongo desde 1999. Quatro militares das forças de paz e 32 manifestantes foram mortos numa semana de manifestações em pelo menos quatro cidades do leste, segundo um relatório oficial.
A Monusco é uma das maiores missões da ONU implantadas no mundo, com cerca de 14.000 militares em várias cidades do leste. Desde 2019, movimentos pró democracia e alguns eleitos locais pedem a saída da Monusco.
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