Em conferência de imprensa no Pentágono, o subsecretário da Defesa para assuntos políticos, Colin Kahl, referiu hoje que esta é "uma crise fabricada" por Pequim.
"Vamos continuar a voar, navegar e operar onde quer que a lei internacional nos permita, inclusive no Estreito de Taiwan, e continuaremos a apoiar os nossos aliados e parceiros na região", sublinhou, citado pela agência Efe.
Colin Kahl também descartou que a atual crise tenha consequências "profundas" para a economia de Taiwan e global.
Para o subsecretário da Defesa, há "um consenso global" de que é preciso haver estabilidade no Estreito de Taiwan e que ninguém está interessado num conflito naquela região.
O Exército chinês estendeu até segunda-feira os exercícios militares, que começaram na quinta-feira passada e estavam programados para terminar ontem, em torno de Taiwan, em resposta à visita de Nancy Pelosi.
Inicialmente, essas manobras deveriam terminar no domingo, mas na madrugada de hoje o exército chinês anunciou a sua extensão.
As autoridades chinesas não especificaram a localização destas manobras adicionais ou se mantêm em vigor as seis zonas em que foram realizadas nos últimos dias e o encerramento do espaço aéreo e marítimo dessas zonas, uma delas localizada a apenas 20 quilómetros de Kaohsiung, a principal cidade do sul da ilha.
As manobras realizadas por Pequim nos últimos dias, com fogo real e lançamento de mísseis de longo alcance, foram descritas pelo governo taiwanês como "irresponsáveis", além de suscitarem inúmeros sinais de preocupação na comunidade internacional.
O presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu hoje que está "preocupado" com o envio de armas que a China fez em seus exercícios em torno de Taiwan, embora também tenha observado que não acredita que estes irão mais longe.
"Não estou alarmado, mas estou preocupado com tanta movimentação. Embora não ache que eles vão fazer mais do que estão a fazer", disse Biden aos jornalistas na base de Dover, no estado de Delaware, quando questionado sobre a situação.
Nancy Pelosi tornou-se a autoridade norte-americana com mais alto escalão a visitar a ilha num quarto de século.
Pequim, que considerou a visita da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, como "uma "farsa" e uma "deplorável traição", reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para o local, em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.
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