A Ucrânia alegou esta terça-feira que está avançar e a recuperar território no Donbass, especificamente no território da república separatista de Donetsk, onde os russos continuam a bombardear a cidade com o mesmo nome e tentar tomar a região.
Num vídeo publicado no Youtube, e citado pela Reuters, o conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych contou que "a situação na região é tensa", com "bombardeamentos constantes ao longo da linha da frente" e ataques aéreos russos intensos.
No entanto, garante Arestovych, "o inimigo não está a ter qualquer sucesso". "A região de Donetsk está a aguentar", afirmou.
Antes do verão, a Rússia avançou consideravelmente no Donbass, depois das conquistas de cidades cruciais, especialmente de Mariupol e Severodonetsk. No entanto, a ajuda militar oferecida ao governo ucraniano, especialmente os sistemas de artilharia avançada HIMARS, pelos Estados Unidos, têm dado mais poder de fogo à Ucrânia para retaliar.
Segundo a Reuters, os ucranianos tomaram algum território a nordeste de Kharkiv - a segunda maior cidade do país e um dos principais alvos da Rússia -, conquistaram Donhenke e estão a avançar sobre Izium, que foi tomada pelos invasores cerca de um mês depois da guerra começar.
"A situação é muito interessante. As forças da Ucrânia estão a avançar com muito sucesso. Tentativas da Rússia de reconquistar terreno perdido não foram bem conseguidas. A Ucrânia pode acabar por cercá-los", acrescentou o conselheiro de Volodymyr Zelensky.
Os alegados avanços da Ucrânia surgem depois de um fim de semana em que os dois países se acusaram mutuamente de ataques perto da central nuclear de Zaporizhzhia (embora as entidades internacionais apontem o dedo mais à Rússia do que à Ucrânia). Os confrontos levaram a líderes mundiais, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a alertar para o enorme risco de segurança que uma fuga nuclear teria para uma grande parte dos continentes europeu e asiático.
A guerra na Ucrânia já matou cerca de 5.400 civis ucranianos, apontam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o real número de mortos deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em regiões sitiadas ou ocupadas pelos russos, como é o caso de Mariupol, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.
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