Itália. Ex-responsável do FMI candidata-se pelo centro-esquerda
O ex-chefe do departamento financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) Carlo Cottarelli anunciou hoje que se candidatará às legislativas italianas de setembro pela coligação centro-esquerda que inclui o Partido Democrático (PD) e o movimento Mais Europa (+E).
© Getty Images
Mundo Itália/crise
"Aceitei o convite do PD e do Mais Europa [formação da antiga comissária europeia Emma Bonino] para ser candidato", afirmou o economista de 67 anos natural de Cremona, que já tinha sido sondado para formar um governo após as eleições de 2018.
Cottarelli considerou como maior adversária a aliança de direita composta pelo partido de extrema-direita Liga, o Força Itália, do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi, e a formação ultranacionalista Irmãos de Itália (FdI), cuja líder, Giorgia Meloni, tem "uma visão conservadora" da sociedade.
O ex-primeiro-ministro e líder do PD Enrico Letta afirmou que Cottarelli seria "um ponta de lança na campanha eleitoral", aproveitando a sua popularidade como comentador televisivo para fazer os eleitores italianos "sentirem que estão em boas mãos".
Letta acrescentou que a escolha de um economista centrista como cabeça-de-lista não contradiz a aliança que o PD tem igualmente com dois partidos de esquerda, a Esquerda Italiana e a Europa Verde.
A aliança de direita e extrema-direita aumentou a liderança nas intenções de voto para as legislativas italianas antecipadas de 25 de setembro, depois da rutura no bloco à esquerda liderado pelo PD, de Enrico Letta, segundo sondagens divulgadas na terça-feira.
O partido ultranacionalista Irmãos de Itália, que já reclama o direito da sua líder, Giorgia Meloni, em assumir o cargo de chefe de Governo, obteria 24,2% dos votos, de acordo com uma sondagem publicada pela rede Sky TG24.
No total, a coligação de direita somaria 48,2% dos votos, mais 2,2 pontos percentuais do que na anterior sondagem.
Por outro lado, o bloco de centro-esquerda liderado pelo PD está a recuar, de 33% para 28%, depois da saída do pequeno partido centrista Azione (Ação), segundo as mesmas projeções.
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