"Após obter autorização prévia das autoridades militares, o presidente Kaboré irá aos Emirados Árabes Unidos por razões médicas", disse um membro da sua comitiva, acrescentando que o antigo chefe de Estado irá, "em breve, acompanhado pela sua esposa".
Uma fonte governamental confirmou a informação, dizendo que "o governo tem trabalhado diligentemente para facilitar esta viagem" por "razões humanitárias", sem avançar mais pormenores.
"Ele está num estado de saúde frágil há algum tempo e tem de se submeter a exames médicos para obter melhores cuidados", disse um membro sénior do seu partido, o Movimento Popular para o Progresso (MPP).
A data da sua partida não foi especificada, mas os meios de comunicação locais disseram que Kaboré deveria deixar hoje Ouagadougou para "Dubai, via Abidjan".
Acusado de não conseguir conter a violência extremista islâmica que assola o Burkina Faso desde 2015, o antigo presidente Kaboré, 65 anos, foi derrubado em 24 de janeiro por uma junta militar liderada pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, agora presidente de transição.
Inicialmente colocado em prisão domiciliária em Ouaga 2000, um distrito elegante de Ouagadougou, Kaboré foi autorizado a regressar à sua residência privada na capital burkinabê, no início de abril.
Enquanto os seus apoiantes acreditavam que ainda não era livre, o governo assegurou-lhes que tinha sido "totalmente libertado".
Em meados de junho, o tenente-coronel Damiba recebeu-o para "aliviar a situação política".
Nesta primeira aparição pública desde abril, Kaboré apareceu muito fraco, levantando preocupações entre os seus apoiantes sobre a sua saúde.
No início de agosto, foi impedido pelos seus apoiantes de participar numa reunião organizada pelo governo com outros antigos chefes de Estado, incluindo Blaise Compaoré, para "acelerar a reconciliação nacional" e encontrar uma solução para refrear a violência 'jihadista'.
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