"Infelizmente, não temos relações diretas com Portugal, mas estamos em estreito contacto com a sociedade civil portuguesa", referiu à agência Lusa Mehran Aghbar, conselheiro do embaixador do Afeganistão no Tajiquistão.
Um ano depois da fuga do governo afegão pró-ocidental e do regresso dos talibãs a Cabul, a Frente Nacional de Resistência do Afeganistão (NRF, em inglês) não estabeleceu relações com o governo português, mas tem "as portas sempre abertas para a construção" destas ligações.
O diplomata salientou também que com a UE, que Portugal integra, existe um "contacto muito próximo" com diferentes parceiros.
"Conseguimos acolher delegados de alto escalão da UE na nossa Embaixada do Afeganistão no Tajiquistão, [iniciativa] que se mostrou muito eficaz em muitas áreas diferentes da nossa política contra os talibãs", destacou Mehran Aghbar.
A NRF está também em contacto com a delegação em Portugal da Peace & Sport Council of Afghanistan, organização sem fins lucrativos, sediada no Afeganistão, adiantou ainda.
O conselheiro do embaixador do Afeganistão no Tajiquistão realçou que a missão diplomática continua "a resistir" fora do país, rejeitando curvar-se perante os talibãs.
O regime talibã, de regresso ao poder no Afeganistão há um ano, é combatido, dentro e fora do país, por uma resistência "formada por várias etnias ou línguas", explicou o diplomata em entrevista telefónica à agência Lusa.
"Vamos continuar a resistir enquanto for necessário, para os talibãs aceitarem os desejos do povo do Afeganistão", frisou.
"Estamos a lutar pela democracia, estamos a lutar pela liberdade e estamos a lutar por eleições. Para ter um país e um governo que seja dirigido e operado pelo povo", acrescentou.
Mehran Aghbar realçou que antes e durante o regresso dos talibãs ao poder, existiram sempre movimentações para realizar negociações de paz, que nunca foram realmente aceites.
"Eles queriam assumir militarmente e queriam causar violência. As nossas portas estiveram sempre abertas ao diálogo, para as negociações de paz. Mas os talibãs não aceitam ter eleições e um governo escolhido pelo povo", salientou.
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