Resistência a talibãs em contacto próximo com sociedade civil em Portugal

A resistência ao regime talibã no Afeganistão disse hoje à Lusa que está em contacto próximo com a sociedade civil portuguesa e a União Europeia (UE), lamentando não ter "relações diretas com Portugal".

Notícia

© Getty Images

Lusa
20/08/2022 08:19 ‧ 20/08/2022 por Lusa

Mundo

Afeganistão

"Infelizmente, não temos relações diretas com Portugal, mas estamos em estreito contacto com a sociedade civil portuguesa", referiu à agência Lusa Mehran Aghbar, conselheiro do embaixador do Afeganistão no Tajiquistão.

Um ano depois da fuga do governo afegão pró-ocidental e do regresso dos talibãs a Cabul, a Frente Nacional de Resistência do Afeganistão (NRF, em inglês) não estabeleceu relações com o governo português, mas tem "as portas sempre abertas para a construção" destas ligações.

O diplomata salientou também que com a UE, que Portugal integra, existe um "contacto muito próximo" com diferentes parceiros.

"Conseguimos acolher delegados de alto escalão da UE na nossa Embaixada do Afeganistão no Tajiquistão, [iniciativa] que se mostrou muito eficaz em muitas áreas diferentes da nossa política contra os talibãs", destacou Mehran Aghbar.

A NRF está também em contacto com a delegação em Portugal da Peace & Sport Council of Afghanistan, organização sem fins lucrativos, sediada no Afeganistão, adiantou ainda.

O conselheiro do embaixador do Afeganistão no Tajiquistão realçou que a missão diplomática continua "a resistir" fora do país, rejeitando curvar-se perante os talibãs.

O regime talibã, de regresso ao poder no Afeganistão há um ano, é combatido, dentro e fora do país, por uma resistência "formada por várias etnias ou línguas", explicou o diplomata em entrevista telefónica à agência Lusa.

"Vamos continuar a resistir enquanto for necessário, para os talibãs aceitarem os desejos do povo do Afeganistão", frisou.

"Estamos a lutar pela democracia, estamos a lutar pela liberdade e estamos a lutar por eleições. Para ter um país e um governo que seja dirigido e operado pelo povo", acrescentou.

Mehran Aghbar realçou que antes e durante o regresso dos talibãs ao poder, existiram sempre movimentações para realizar negociações de paz, que nunca foram realmente aceites.

"Eles queriam assumir militarmente e queriam causar violência. As nossas portas estiveram sempre abertas ao diálogo, para as negociações de paz. Mas os talibãs não aceitam ter eleições e um governo escolhido pelo povo", salientou.

Leia Também: Afeganistão. Resistência aumenta diariamente contra violência dos talibãs

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas