"Não pode haver misericórdia" para responsáveis da morte de Darya Dugina
Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente da autoria do atentado.
© NATALIA KOLESNIKOVA/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Sergei Lavrov
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, condenou, esta terça-feira, o atentado que matou Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin, e frisou que “não pode haver misericórdia” para os seus responsáveis.
“Esperemos que a investigação fique concluída em breve. De acordo com os resultados da investigação, não pode haver misericórdia para aqueles que o organizaram, ordenaram e executaram”, afirmou o político russo durante uma conferência de imprensa, na Síria.
A jornalista e comentadora política, de 29 anos, morreu na noite de sábado quando o carro onde seguia, após ter participado num evento com o pai, explodiu.
Na segunda-feira, o FSB acusou os serviços secretos da Ucrânia de terem assassinado Darya Dugina, acrescentando que o crime foi levado a cabo por uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979.
Antes, o conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento na morte da filha do 'cérebro' de Vladimir Putin. "Sublinho que a Ucrânia nada tem a ver com isto, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", assegurou o conselheiro de Volodymyr Zelensky.
Já na segunda-feira, Podolyak acusou os responsáveis russos de consumirem "alucinogénios" por considerarem que a Ucrânia poderia estar envolvida no ataque. “Eu sei que os alucinogénios levam a uma perda da realidade. Mas os representantes da Rússia devem compreender: o mundo vê a guerra ao vivo, assim como os seus crimes. Assim, uma tentativa de culpar a Ucrânia por ataques terroristas em Olenivka ou pela explosão de automóveis nos subúrbios de Moscovo são inúteis…”, escreveu na rede social Twitter.
I know that hallucinogens lead to a loss with reality. But representatives of 🇷🇺 should understand: the world sees war live, as well as their crimes. So, an attempts to blame 🇺🇦 for terrorist attacks at ZNPP, in Olenivka or for car explosion in the Moscow suburbs are useless...
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) August 22, 2022
Esta terça-feira, a Ucrânia acusou os serviços secretos russos de estarem envolvidos na morte da jornalista e de quererem culpar os ucranianos. Em entrevista ao 24 Kanal, o responsável sublinhou que a mulher e o pai “não eram importantes” para a Ucrânia.
“Não nos podíamos importar menos com esta pessoa, eles realmente não nos importavam. O FSB [Serviço Federal de Segurança da Federação Russa] fez isto, e vão dizer que foi alguém do nosso lado que o fez”, frisou.
Líder do Movimento Eurasiático, Alexander Dugin, 60 anos, tem sido descrito no Ocidente como "cérebro de Putin" e "guia espiritual" da invasão da Ucrânia, embora se desconheça se mantém contactos com o líder russo.
Apoiante da invasão da Ucrânia, como o pai, Darya Dugina foi alvo de sanções das autoridades norte-americanas e britânicas, que a acusaram de contribuir para a desinformação em relação à guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
Numa entrevista em maio, descreveu a guerra na Ucrânia como um "choque de civilizações" e manifestou orgulho por ela e o pai terem sido sancionados pelo Ocidente, segundo a BBC.
Leia Também: "Não nos podíamos importar menos". Ucrânia acusa FSB da morte de Dugina
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