Yair Lapid classificou o tratado emergente -- que está a ser negociado em Viena, entre as potências ocidentais e o regime de Teerão - como "um mau acordo" e deu a entender que Biden não cumpriu a promessa de ser duro com as posições iranianas, devendo suspender as negociações.
"Os países do Ocidente traçaram uma linha vermelha. Os iranianos ignoram-na e as linhas vermelhas movem-se", disse Lapid durante uma conferência em Jerusalém, referindo-se às condições colocadas por Washington, para que Teerão abandonasse o seu projeto nuclear, para permitir o regresso dos EUA ao tratado assinado em 2015 e abandonado unilateralmente pelo ex-Presidente Donald Trump.
Biden não esconde que pretende regressar ao acordo nuclear, tendo oferecido um alívio das sanções ao Irão se Teerão colocar restrições ao seu programa de enriquecimento de urânio, mas as negociações em Viena estão paralisadas.
O Irão insiste que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos, acusando os norte-americanos de estarem a criar dificuldades nas negociações, enquanto os inimigos regionais avisam que Teerão continua interessado em obter armas nucleares, para promover ameaças regionais.
Hoje, Lapid avisou que o Irão quer desviar milhares de milhões de dólares em fundos descongelados para grupos militantes hostis - como o Hezbollah, no vizinho Líbano - que ameaçam Israel.
O primeiro-ministro israelita não culpou qualquer potência pelas dificuldades nas negociações, mas sugeriu que os EUA e outras potências negociadoras estão a ceder em demasia às condições impostas por Teerão.
"Os iranianos estão a fazer novas exigências. Os negociadores estão a preparar-se para fazer novas concessões", denunciou Lapid, que, ainda assim, voltou a dizer que considera os Estados Unidos um importante aliado.
O conselheiro de segurança nacional de Israel, Eyal Hulata, está em Washington, esta semana, para conversar com funcionários do Governo de Biden, e o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, irá aos EUA na quinta-feira para reuniões com o chefe do Comando Central das Forças Armadas dos EUA, que supervisiona as operações no Médio Oriente.
Israel tem afirmado a sua determinação em que o Irão obtenha armas nucleares e tem pedido para que a comunidade internacional não se deixe seduzir pelo discurso de Teerão sobre as intenções pacíficas do seu programa nuclear.
"Não estamos preparados para viver com uma ameaça nuclear por cima das nossas cabeças, a partir de um regime islâmico extremista e violento", disse Lapid.
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