"A estação de Chaplino é a nossa dor hoje. A partir deste momento, há 22 mortos, cinco deles queimados no carro. Um adolescente de 11 anos morreu, um míssil russo destruiu a sua casa", escreveu Zelensky na plataforma Telegram.
De acordo com o chefe de Estado, as operações de busca e salvamento na estação ferroviária continuarão.
"Definitivamente, faremos com que os invasores assumam a responsabilidade por tudo o que fizeram. E certamente expulsaremos os invasores da nossa terra. Memória eterna para todos aqueles cujas vidas foram tiradas por esses invasores, esses inimigos", disse.
"A Ucrânia viverá para sempre. E só vai ficar mais forte a cada dia. (...) Glória eterna a todos os nossos guerreiros! Glória ao nosso povo! Glória à Ucrânia", concluiu Zelensky na sua mensagem.
Horas antes, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, Volodymyr Zelensky havia denunciado que pelo menos 15 pessoas haviam morrido e cerca de 50 ficado feridas num ataque russo a uma estação ferroviária ucraniana.
"Acabo de ser informado de um ataque de mísseis russo a uma estação ferroviária na região de Dnipropetrovsk (...). Pelo menos 15 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas", declarou Zelensky no início do seu discurso, encontro realizado no dia em que se celebra o Dia da Independência da Ucrânia e se assinalam simultaneamente seis meses desde o início da invasão lançada pela Rússia.
De acordo com Zelensky, que participou na reunião por videoconferência, o ataque atingiu a estação de Chaplino, sendo que quatro carruagens de passageiros arderam.
Nas fotografias do ataque partilhadas pela imprensa ucraniana é possível ver carruagens totalmente destruídas pelo fogo, assim como automóveis atingidos.
"Sabíamos que a Rússia cometeria um ataque brutal e devastador no Dia da Independência da Ucrânia. Pelo menos 15 mortos e 50 feridos após ataque com mísseis na estação ferroviária de Chaplino, Dnipro. Outro ataque no centro ferroviário em Shepetivka, Khmelnytskyi. Alertas de ataque aéreo continuam em Kiev", escreveu na rede social Twitter Maria Avdeeva, especialista em segurança internacional e desafios de segurança emergentes.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 182.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
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