Angola. Autoridades "prontas" para responder a alterações dos ânimos
O ministro do Interior de Angola, Eugénio Laborinho, apelou hoje à "calma e serenidade" no período pós-eleitoral, afirmando que as autoridades estão prontas para responder a possíveis alterações da ordem pública.
© Lusa
Mundo Angola/Eleições
Eugénio Laborinho foi questionado pelos jornalistas quando se encontrava nas cerimónias fúnebres sobre manifestações convocadas pelas redes sociais, mas desvalorizou eventuais protestos.
"Temos de aceitar os resultados que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou. É hábito e acontece sempre, quem perde nunca aceita os resultados, eu só apelo a que haja serenidade, haja acalmia, haja ponderação porque nós estamos aqui para garantir a ordem e segurança pública", sublinhou o ministro.
Eugénio Laborinho disse que não há preocupações quanto a tensões na rua "porque as forças estão em prontidão", e garantiu que haverá intervenção policial em qualquer "situação anormal".
"Sem haver eleições, já havia alterações da ordem, agora neste momento em que estamos é possível que haja, mas estamos prontos para responder", reforçou.
Na sexta-feira circularam nas redes sociais vídeos mostrando agitação em Cabinda, com alguns jovens a rasgarem cartazes com a imagem do Presidente da República, João Lourenço, bem como um forte dispositivo policial atravessando umas das avenidas da periferia de Luanda.
Uma manifestação convocada hoje para a Praça 1.º de Maio, acabou por não acontecer, embora haja relatos de detenções ainda não confirmados pela polícia.
Segundo dados divulgados pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.
Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.
No entanto, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.
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