Jornalista russo acusado por doar 16 euros a grupo de Navalny

A fundação do opositor do Kremlin é considerada como uma organização terrorista pelas autoridades russas.

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Hélio Carvalho
29/08/2022 19:26 ‧ 29/08/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Rússia

O jornalista de investigação russo Andrei Zayakin é o mais recente alvo dos ataques à liberdade de imprensa na Rússia, quando foi acusado esta segunda-feira de financiar uma organização terrorista, por ter doado mil rublos (cerca de 16 euros) à fundação de Alexei Navalny

Segundo a radio estatal russa Liberty, citada pela ABC News, o jornalista foi detido no seu apartamento em Moscovo no domingo, e apresentado em tribunal na segunda-feira.

O repórter pode passar oito anos na prisão. Zayakin fica também proibido de usar a internet e o telemóvel, fica obrigado a permanecer em casa entre as 20h e as 8h e não pode comunicar com outros envolvidos no processo.

A acusação contra Zayakin é o primeiro grande processo contra alguém que doou dinheiro à organização de Alexei Navalny, o mais proeminente opositor ao regime de Vladimir Putin e que foi preso pelas suas críticas, depois de ter sido envenenado pelas autoridades russas.

Desde antes do início da guerra que a Rússia restringe a liberdade de imprensa no país mas, desde que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, a opressão do Kremlin intensificou-se. Vários órgãos de comunicação independentes foram encerrados e jornalistas que protestem contra a guerra, ou que escrevam algo que vá de encontro à propaganda do regime, são detidos.

Os jornalistas estão mesmo proibidos de dizer a palavra "guerra", já que a Rússia considera a invasão como uma "operação militar especial":

Andrei Zayakin é um reputado jornalista russo, escrevendo maioritariamente para o Novaya Gazeta. Com várias licenciaturas nas áreas da Matemática e Física, Zayakin expôs nas suas reportagens a corrupção e plágio da comunidade científica russa, especialmente ao nível governamental.

A decisão de processar o jornalista surge no âmbito das restrições à atividade da oposição russa, especialmente de Alexei Navalny. Mesmo a partir da prisão, o político e ativista continua a comunicar a sua oposição a Vladimir Putin, através dos advogados - Navalny está preso sob várias acusações, mas os críticos do regime e observadores internacionais denunciam a detenção do ativista como ilegítima.

No ano passado, a Fundação para o Combate da Corrupção, fundada por Navalny, e todos os escritórios regionais foram considerados extremistas e o seu trabalho passou a ser banido no país.

Esta segunda-feira, as autoridades russas também detiveram outro crítico do regime, Leonid Gozman, por ter comparado a União Soviética com a Alemanha Nazi, e condenaram-no a uma multa e a 15 dias de prisão domiciliária.

Leia Também: Líder da oposição russa diz que o seu envenenamento desmascarou Putin

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