A França acusou, esta terça-feira, a Rússia de utilizar o fornecimento de energia como "uma arma de guerra", depois da empresa de gás russa Gazprom ter reduzido as suas entregas a uma das principais empresas francesas do setor, reporta a Reuters.
"Muito claramente a Rússia está a utilizar o gás como arma de guerra e temos de nos preparar para o pior cenário, que seria uma interrupção completa dos fornecimentos", disse a ministra francesa da Transição Energética, Agnes Pannier-Runacher, em declarações à rádio France Inter.
Esta posição foi emitida depois da empresa pública francesa Engie ter adiantado que iria receber menos gás proveniente da Gazprom a partir de terça-feira, devido a uma disputa contratual não especificada.
De recordar que a Europa está também já a par de que haverá uma interrupção do fluxo entre quarta e sexta-feira, devido ao encerramento do gasoduto Nord Stream 1, com destino à Alemanha, por motivos de manutenção.
Na segunda-feira, e perante este cenário, a primeira-ministra de França, Elisabeth Borne, tinha exortado as empresas a elaborarem planos de poupança energética até ao próximo mês - avisando que seriam as primeiras afetadas caso o país seja forçado a racionar no gás e na eletricidade.
Tudo isto, também, numa altura em que os governos europeus continuam a lutar contra um aumento dos custos da energia para famílias e empresas e a tentar encontrar, claro está, alternativas ao fornecimento russo, para garantir reservas para o próximo inverno.
Desde o início da guerra na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro, a Rússia tem reagido às sanções dos países ocidentais com cortes nos fornecimentos de gás, alegando problemas técnicos ou alterações contratuais relativamente ao pagamento na moeda russa, o rublo.
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