Gorbachev: Borrell destaca cooperação com Ocidente e contraste com Putin
O chefe da diplomacia europeia destacou hoje o papel de Mikhail Gorbachev, no fim da Guerra Fria, apontando que o último líder da União Soviética "iniciou uma era de cooperação com o Ocidente" que "infelizmente" não teve sequência.
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Mundo Gorbachev
Em declarações em Praga, onde hoje preside a uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, reagiu ao anúncio da morte de Gorbachev na terça-feira, começando por apontar que "era membro do Governo espanhol quando a 'cortina de ferro' caiu e quando o golpe de Estado em Moscovo sucedeu", pelo que se lembra muito bem "desses dias históricos".
"Mikhail Gorbachev enviou um vento de liberdade para a sociedade russa. Ele tentou mudar o sistema comunista a partir de dentro, o que se tornou impossível", observou Borrell.
O chefe da diplomacia europeia salientou que Gorbachev "iniciou uma era de cooperação com o Ocidente, pondo fim à 'Guerra Fria'", mas acrescentou que, "infelizmente as esperanças desvaneceram-se", fazendo uma 'ponte' com "a situação atual", em que o Ocidente e a Rússia estão de costas voltadas devido à agressão militar russa à Ucrânia decidida pelo atual Presidente russo, Vladimir Putin.
Também na capital da República Checa, país que assume atualmente a presidência semestral do Conselho da UE, o chefe da diplomacia checa, Jan Lipavsky, recordou o legado de Gorbachev.
"Mikhail Gorbachev é uma personalidade cujas decisões deram liberdade a toda a União Soviética e aos países em redor", incluindo a antiga Checoslováquia, disse Lipavsky.
"A sua contribuição para a História é globalmente positiva", acrescentou.
Mikhail Gorbachev, o último líder da antiga União Soviética, morreu na terça-feira aos 91 anos de idade.
Segundo as informações iniciais, Mikhail Gorbachev será enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, onde se encontram os restos mortais de figuras importantes da História russa, assim como o túmulo da sua mulher, Raísa.
O antigo chefe de Estado vivia longe dos holofotes dos 'media' há anos, devido a problemas de saúde.
Como último líder da União Soviética travou uma batalha perdida para salvar um império fragilizado, mas produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria.
O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, desencadeou uma série de mudanças que resultaram no colapso do Estado soviético autoritário, na libertação das nações do leste europeu do domínio russo e no fim de décadas de confronto nuclear Leste-Oeste.
Gorbachev ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1990 pelo seu papel no fim da Guerra Fria e passou os seus últimos anos a colecionar elogios e honras em todo o mundo, contrariando a visão da Rússia, onde era desprezado.
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