Na entrevista à TVI/CNN Portugal, o Papa foi questionado sobre o que é possível dizer aos presidentes da Rússia e da Ucrânia, ao que respondeu: "Não sei. Não sei".
"Acredito que sempre, se dialogarmos, conseguimos alcançar. Sabe quem não sabe dialogar? Os animais. São puro instinto. Por outro lado, o diálogo é deixar de lado o instinto e ouvir. O diálogo é difícil", disse o Papa na primeira parte da entrevista divulgada hoje, sendo a restante transmitida na segunda-feira
O líder da igreja católica afirmou que ainda não sabe quando vai visitar Kiev e Moscovo, mas avançou que três cardeais que são seus representantes já estiveram na capital da Ucrânia.
"Um deles foi três vezes e esteve lá toda a Semana Santa, e foi o subsecretário de Estado, o encarregado das relações internacionais. A minha presença lá [Kiev] é forte. Agora não posso ir, porque depois da viagem ao Canadá, a recuperação do joelho ressentiu-se um pouco e o medico proibiu-me", disse.
Francisco sublinhou que tem mantido uma comunicação por telefone com os líderes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respetivamente.
"Eu faço o que posso. E peço a toda a gente que faça o que puder. Entre todos pode fazer-se algo. Mas a situação é deveras trágica", frisou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, segundo estimativas da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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