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Polarização está a escalar relações, avisam ex-secretários do Pentágono

Mais de uma dúzia de antigos altos responsáveis do Pentágono manifestou esta terça-feira, numa carta aberta, receio pelo risco de deterioração das relações entre civis e militares nos Estados Unidos, onde aumentam as divisões políticas.

Polarização está a escalar relações, avisam ex-secretários do Pentágono
Notícias ao Minuto

18:22 - 06/09/22 por Lusa

Mundo Pentágono

"Vivemos um ambiente onde as relações entre civis e militares são excecionalmente difíceis", alertam oito ex-secretários da Defesa e cinco ex-chefes de Estado-Maior, antes de listarem 16 princípios que devem nortear as relações entre as partes.

"Os militares profissionais enfrentam um ambiente extremamente adverso, caracterizado por divisões. Tal deve-se a uma polarização acalorada que resultou na primeira eleição em mais de um século em que a transferência pacífica do poder político foi interrompida e questionada", sublinham os subscritores.

A este propósito, os autores da carta aberta não se referem explicitamente ao ataque ao Capitólio (6 de janeiro de 2021), em que participaram soldados no ativo e entretanto desmobilizados.

Para os subscritores, todos estes fatores podem agravar-se se não forem tomadas medidas para "combater" as divergências.

Entre os subscritores figuram o republicano Bob Gates e o democrata León Panetta, bem como dois ex-secretários da Defesa de Donald Trump -- Jim Mattis e Mark Esper, demitidos por se terem oposto ao ex-Presidente republicano.

Trump foi acusado de politizar o exército norte-americano, ao enviar soldados para a fronteira mexicana para ajudar a repelir imigrantes que tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas também para garantir operações policiais durante os protestos contra o racismo em 2020.

O incidente mais marcante foi a dispersão violenta de uma manifestação perto da Casa Branca para permitir que Trump fosse fotografado do lado de fora de uma igreja com uma Bíblia na mão.

O atual chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, foi filmado a andar com um uniforme de camuflagem atrás de Trump, algo de que viria a assumir arrependimento uns dias depois.

Por outro lado, os subscritores da carta aberta também criticam o atual Presidente norte-americano, Joe Biden, pela retirada caótica do Afeganistão no verão passado, "que deixou um gosto de amargura em muitos soldados" e, mais recentemente, por ter proferido um discurso muito crítico ao seu antecessor com dois fuzileiros em posição de sentido atrás.

Os ex-funcionários do Pentágono frisam no documento, publicado pelo portal especializado 'War on the Rocks', que os militares devem aceitar ordens de civis, mesmo que não concordem. 

No entanto, enfatizam que essas ordens "têm de ter uma base legal".

"Seja qual for o processo, os mais altos líderes políticos e militares têm a responsabilidade de garantir que as ordens que recebem do Presidente sejam legais. Os líderes civis também devem assumir a responsabilidade pelas consequências das medidas que ordenam", declaram os antigos altos funcionários do Pentágono

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