Comemoração "significativa" do bicentenário do Brasil em Paris
A embaixada brasileira em Paris abriu hoje as portas para assinalar o bicentenário da independência, momento no qual a França teve um papel significativo, já que foi graças às invasões francesas que a família real portuguesa partiu para o Brasil.
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Mundo Independência
"Indiretamente, a França ajudou o Brasil a tornar-se independente. Na história, nunca podemos conjeturar, mas evidentemente seria outro Brasil, talvez, e certamente não estaríamos a festejar os 200 anos se o Brasil não tivesse recebido a família real portuguesa em 1808, o que derivou na independência em 1822. É muito significativo estar em Paris de onde partiu a iniciativa de invadir Portugal", disse Luís Fernando Serra, embaixador do Brasil em França, em declarações à agência Lusa.
Este foi um momento de festa sóbria, já que com o aproximar das eleições presidenciais no Brasil, que se realizam em outubro, o corpo diplomático brasileiro deve obedecer a regras de contenção, não tendo havido um discurso oficial na celebração em Paris.
Entre os convidados, destacou-se a comitiva portuguesa, numerosa para celebrar a festa do país irmão.
"A parte mais especial da comemoração do centenário é que o país que perdeu um grande país comemora belamente e com amizade recíproca esta ocasião e esse é o aspeto mais importante", declarou Jorge Torres Pereira, embaixador de Portugal em França.
O Brasil mantém fortes relações económicas com a França, mas o seu embaixador considera que estas ligações podem melhorar, querendo duplicar o volume do comércio com a França nos próximos anos.
"Queremos uma relação cada vez mais estreita, o Brasil é talvez um dos únicos países do Mundo que dá à França 'superavit' comercial, de cerca de mil milhões de dólares, e queremos dobrar o comércio com a França, queremos mais investimento francês. Os franceses já criaram mais de 500 mil empregos no Brasil e queremos mais", declarou, acrescentado que com 38 empresas do CAC 40 francês presentes no Brasil, é o momento das pequenas e médias empresas atravessarem o Atlântico.
Quanto às eleições presidenciais em outubro e os receios internacionais de instabilidade no Brasil, Luís Fernando Serra afasta qualquer tipo de interrogação sobre a democracia brasileira.
"O que o Governo e a maioria do povo brasileiro querem é uma eleição limpa, transparente e livre", concluiu.
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