Xinjiang? Suíça convoca embaixador chinês em Berna após relatório da ONU
O Governo suíço convocou o embaixador chinês em Berna após a publicação do relatório da ONU sobre a região chinesa de Xinjiang, demonstrando "preocupação com os direitos das minorias étnicas", anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suíça.
© JUSTIN TALLIS/AFP via Getty Images
Mundo Xinjiang
A Suíça "está convencida de que a melhor maneira de preservar os seus interesses e respeito pelos direitos fundamentais é conduzir um diálogo crítico e construtivo com Pequim", disse o ministério, citado em comunicado.
"Achamos o relatório de muito boa qualidade. É bastante objetivo nos factos e também muito claro nas suas conclusões", observou hoje Jürg Lauber, representante permanente da Suíça na ONU em Genebra.
"Estamos a pedir à China que implemente as recomendações do relatório e também iremos discutir isso nas nossas reuniões bilaterais", acrescentou Lauber.
O relatório da ONU sobre a região chinesa de Xinjiang, publicado na passada quarta-feira, apontou possíveis "crimes contra a humanidade" e mencionou "provas críveis" de tortura e violência sexual contra a minoria uigur, pedindo a intervenção da comunidade internacional.
"A extensão da detenção arbitrária e discriminatória de membros dos uigures e de outros grupos predominantemente muçulmanos (...) pode constituir crimes internacionais, em particular crimes contra a humanidade", referiu o relatório, com menos de cinquenta páginas nas suas conclusões.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, conseguiu manter a promessa de publicar o relatório sobre a região chinesa de Xinjinag antes de deixar o seu cargo, após quatro anos à frente do organismo das Nações Unidas.
O documento, que não parece conter revelações importantes em relação ao que já se sabia sobre a situação em Xinjiang, traz o selo da ONU às acusações feitas há muito tempo contra as autoridades chinesas.
A publicação do relatório foi alvo de intensa pressão particularmente pelos Estados Unidos e pelas principais organizações não-governamentais (ONG) de direitos humanos, e, inversamente, Pequim não queria que fosse divulgado, nomeadamente por considerar o relatório uma "farsa" orquestrada pelo Ocidente, com Washington na liderança.
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