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Suécia. Os três principais rostos das eleições deste domingo

A primeira-ministra cessante da Suécia e líder da possível aliança de centro-esquerda, Magdalena Andersson, o líder da oposição de direita tradicional, Ulf Kristersson, e o da extrema-direita, Jimmie Akesson, são os principais rostos das eleições deste domingo.

Suécia. Os três principais rostos das eleições deste domingo
Notícias ao Minuto

07:46 - 09/09/22 por Lusa

Mundo Eleições na Suécia

A primeira-ministra cessante da Suécia e líder da possível aliança de centro-esquerda, Magdalena Andersson, o líder da oposição de direita tradicional, Ulf Kristersson, e o da extrema-direita, Jimmie Akesson, são os principais rostos das eleições deste domingo.

- Magdalena Andersson, um "bulldozer"

Aprimeira chefe de governo mulher num dos países mais feministas do mundo, Magdalena Andersson, 55 anos, tomou posse em novembro de 2021 com o objetivo de renovar o seu campo político, da social-democracia e do socialismo democrático, antes das eleições deste domingo e de liderar a histórica candidatura do país à NATO.

Sem animo, após sete anos no governo sob a liderança do antecessor, Stefan Löfven, que renunciaria ao cargo de primeiro-ministro, o Partido Social Democrata (S) recuperou vigor no último ano.

A antiga campeã de natação, casada e com dois filhos, chegou ao poder com a alcunha de "bulldozer", em alusão aos seus modos diretos ou mesmo duros quando era ministra das Finanças (2014-2021).

Hesitante no início, mudou de postura ao optar por pedir a adesão da Suécia à NATO algumas semanas após a invasão da Ucrânia por tropas russas, mesmo com o risco do que significaria romper com a linha histórica dos sociais-democratas e dois séculos de neutralidade militar sueca.

"Conseguiu manter, e até fortalecer, a posição do partido e o apoio dos eleitores", nota o investigador político Ulf Bjereld.

A sua defesa do Estado social-democrata, um totem da social-democracia sueca, é a clássica, mas continuou a endurecer a linha do partido em matéria de imigração. "A integração falhou", disse após os motins entre jovens imigrantes e a polícia em abril.

Em caso de derrota nas eleições deste domingo, será a chefe de governo na Suécia com o mandato mais curto desde 1936.

No panorama internacional, a sua questão mais complexa tem sido a de negociar com a Turquia, que ameaça bloquear a adesão da Suécia à NATO, acusando o país nórdico de ser um refúgio para os "terroristas" curdos.

- Ulf Kristersson, o conservador que deu a mão à extrema-direita

O líder conservador do partido Moderados (M), a direita tradicional sueca, faz a sua segunda tentativa para se tornar chefe do governo.

Ulf Kristersson, 58 anos, espera ganhar o cargo à custa de uma aproximação, sem precedentes, à extrema-direita e correndo um enorme risco no caso de a união da direita vencer mas o seu partido ser ultrapassado pela extrema-direita.

Nas eleições anteriores, em 2018, este ex-ginasta falhou nas "acrobacias" para garantir o apoio dos nacionalistas de extrema-direita Democratas Suecos (SD) ao mesmo tempo que o dos pequenos partidos de centro-direita, aliados históricos dos Moderados.

Um ano depois disse, pela primeira vez, que estava pronto para falar com o SD, e a aproximação reforçou-se desde então.

Os seus críticos, como a líder do Partido do Centro, Annie Lööf, acusam-no de um pacto faustiano, com possíveis vantagens imediatas mas consequências perniciosas no futuro, recordando as suas constantes promessas passadas de nunca colaborar com a extrema-direita.

Licenciado em Economia e entusiasta de Tintim, este grande defensor da redução e controlo dos benefícios sociais é casado e pai de três filhas adotadas.

Segundo os analistas, um segundo revés para se tornar primeiro-ministro pode custar-lhe o seu lugar como líder do partido.

- Jimmie Akesson, o nacionalista que faz a extrema-direita avançar

Em 17 anos à frente dos Democratas Suecos (SD), Jimmie Akesson transformou o partido de extrema-direita de um pária da paisagem política sueca num peso pesado indispensável à direita para poder governar após as eleições de domingo.

Sempre de cabelo impecavelmente penteado mas deixando de bom grado cair a gravata, o líder nacionalista, de 43 anos, cultiva a imagem do sueco normal.

Da mesma forma, mudou a imagem de uma linha política, transformando o partido herdeiro de um grupo neonazi, a organização "Bevara Sverige Svensk" (Vamos manter a Suécia sueca), num partido com imagem de nacionalista de boa índole cujo logótipo oficial é, desde 2006, uma flor azulada.

O seu partido conquistou uma boa fatia da classe trabalhadora, os reformados e os menos qualificados, tem ido buscar eleitores conservadores mas também alguns sociais-democratas, e poderia, pela primeira vez, formar uma coligação no Parlamento com a direita tradicional.

À medida que avançam rapidamente na política sueca, os Democratas Suecos procuraram polir os seus discursos, à semelhança de outras formações nacionalistas na Europa.

Abandonou, por exemplo, declarações polémicas, como quando Akesson chamou os muçulmanos de "a maior ameaça estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial", ou a ideia de propor uma saída da União Europeia.

Leia Também: Suécia vai a votos após campanha dominada por tema das guerras de gangues

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