Num vídeo publicado na página oficial da AIEA, o diretor-geral da agência, Mariano Grossi, deu conta da "grave situação" que aconteceu na noite de quinta-feira em Zaporíjia (Zaporizhzhya) na sequência de um apagão em Enerhodar, onde fica localizada a central nuclear ucraniana, devido a um bombardeamento que destruiu a infraestrutura de energia que alimenta a cidade.
"Esta é uma situação insustentável e cada vez mais precária. Enerhodar escureceu. A central nuclear não tem energia externa. E vimos que quando a infraestrutura foi reparada, acabou por ser danificada novamente", lamentou.
Para o responsável, isto "é completamente inaceitável" e por isso apelou urgentemente ao cessar de todos os bombardeamentos naquela área.
"Somente isso garantirá a segurança do pessoal operacional e permitirá a restauração duradoura da energia para a Enerhodar e para a central", explicou.
Para Mariano Grossi, "este desenvolvimento dramático" demonstra que absolutamente imperativo "estabelecer agora uma zona de segurança e proteção nuclear".
"Essa é a única maneira de garantir que não enfrentamos um acidente nuclear", apelou.
A Rússia retomou os bombardeamentos junto da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, indicaram na quarta-feira autoridades locais, um dia após a agência nuclear da ONU ter instado à definição de um perímetro de segurança para impedir uma catástrofe.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esta semana que a Rússia e a Ucrânia se comprometam em travar atividades militares perto ou a partir da central nuclear de Zaporíjia e que garantam um acordo por um perímetro desmilitarizado.
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