População moçambicana encontra cinco mortos em Muidumbe
Cinco corpos com sinais de violência foram encontrados no domingo por moradores do distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
© Lusa
Mundo Moçambique/Ataques
Um grupo de pessoas estava a destilar cana-de-açúcar na zona baixa de Mwambula, no centro da província, quando três pessoas com máscaras as tentaram apanhar.
"Eu e outras pessoas conseguimos fugir, mas dois companheiros foram apanhados" e assassinados com violência, relatou um dos residentes.
As pessoas que conseguiram fugir alertaram as milícias locais, mas quando regressaram ao local encontram apenas os corpos.
Um casal descobriu outras três vítimas mortais na mesma zona, junto a um riacho, quando regressavam de uma horta.
"Fomos lá em baixo, ao riacho Ingundi, tirámos nabos e de repente um cão não parava de ladrar", relatou uma residente, familiar das vítimas que viria a encontrar mortas, com vários cortes.
O casal deu o alerta e a comunidade de Mwambula, a 20 quilómetros da sede de distrito, mobilizou-se para recolher os corpos e realizar os funerais.
Os relatos de violência em Muidumbe surgem depois de as milícias de Macomia, distrito vizinho, também no centro de Cabo Delgado, anunciarem ter abatido dois supostos terroristas na sexta-feira.
As duas pessoas foram identificadas como rebeldes que desde abril atormentavam comunidades de Nova Vida, Lyukwe e Nguida e foram apanhadas quando se alimentavam de cana-de-açúcar numa horta daquela zona.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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