O Kremlin alertou, esta quarta-feira, que as ambições da Ucrânia em aderir à aliança transatlântica NATO representam uma “ameaça” à segurança da Rússia e justificou a necessidade de conduzir uma “operação militar especial” no país.
A posição de Moscovo surge após a Presidência da Ucrânia ter divulgado, na terça-feira, um conjunto de garantias de segurança, que incluía a “aspiração da Ucrânia de aderir à NATO e beneficiar dos seus acordos de defesa mútua”.
Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, citada pela agência de notícias Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia viu o documento de forma negativa e frisou que a ideia da Ucrânia constituía a “principal ameaça à Rússia”.
Numa conferência telefónica com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia viu o documento de forma negativa, afirmando que a ideia de a Ucrânia aderir à NATO era "a principal ameaça à Rússia".
“Sublinha mais uma vez a relevância e a necessidade urgente de assegurar a nossa própria segurança e os nossos próprios interesses nacionais”, destacou.
Ainda ontem, o antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que as “garantias de segurança” pedidas pela Ucrânia aos países aliados para um possível cessar-fogo com a Rússia são “um prelúdio da Terceira Guerra Mundial”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que 5.827 civis morreram e cerca de oito mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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