"A Grécia nega qualquer envolvimento no presumível incidente mortal", indicou esta tarde em mensagem no Twitter o ministro das Migrações grego, Notis Mitarachi.
Guarda-costeiros turcos indicaram na terça-feira em comunicado que socorreram 73 outras pessoas que tentavam alcançar a Europa, ao largo da província de Mugla (sudoeste).
Segundo Ancara, as pessoas rejeitadas encontravam-se a bordo que quatro embarcações.
A sua nacionalidade não foi indicada mas terão embarcado sábado no porto libanês e Tripoli para tentar alcançar a Itália, segundo testemunhos de migrantes citado no comunicado dos guarda-costeiros.
Turkey continues to try to blame 🇬🇷 and the 🇪🇺 for their failure to protect their external borders. 🇹🇷 needs to provide protection to refugees in accordance with international law and not push them forward. Greece denies any involvement in the alleged fatal incident. https://t.co/JjfBGEltUX
— Νότης Μηταράκης - Notis Mitarachi (@nmitarakis) September 14, 2022
Ainda segundo um dos testemunhos, citado no texto, os migrantes terão pedido auxílio às autoridades gregas quando se encontravam sem combustível ao largo da ilha grega de Rhodes.
Os turcos indicaram ainda que a guarda-costeira grega acolheu os migrantes num seu navio, os despojaram dos seus valores e "colocaram-nos a bordo de quatro embarcações e abandonados à deriva na proximidade das águas territoriais turcas", uma alegação firmemente desmentida por Atenas.
"A Turquia deve fornecer uma proteção aos refugiados em conformidade com o direito internacional e não empurrá-los para a frente", assinalou Notis Mitarachi.
Atenas e Ancara mantêm relações muito tensas e acusam-se mutuamente de violar os direitos dos migrantes.
No domingo, a Grécia reconheceu ter bloqueado desde o início de 2022 a entrada de mais de 150.000 pessoas indocumentadas nas suas fronteiras terrestres, incluindo 25.000 apenas no mês de agosto.
A Grécia é um dos países de entrada na União Europeia para os migrantes em fuga de África e do Médio Oriente, devido a conflitos ou a pobreza extrema, e que procuram condições de vida mais dignas
Milhares atravessam a Turquia e depois tentam transpor o rio Evros, na fronteira greco-turca, ou tentam a perigosa travessia do mar Egeu para atingir a Grécia.
Atenas tem sido criticada em diversas ocasiões por testemunhas e Organizações não governamentais (ONG) por presumíveis reenvios ilegais de migrantes em direção à Turquia, por terra e por mar, mas sempre rejeitou as acusações.
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