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Angola. Forças armadas "não estão para intimidar o povo", diz general

O ministro de Estado e chefe da Casa Militar, general Francisco Furtado, disse hoje que o exército nas ruas serve para proteger o povo e acusou a oposição de ter apostado numa estratégia de subversão para derrubar o governo.

Angola. Forças armadas "não estão para intimidar o povo", diz general
Notícias ao Minuto

11:41 - 15/09/22 por Lusa

Mundo Angola/Eleições

Falando hoje à margem da cerimónia de investidura do Presidente eleito, João Lourenço, que decorre esta manhã, junto ao Memorial Agostinho Neto, em Luanda, Francisco Furtado afirmou que "houve uma estratégia montada pela oposição", procurando alegar fraude eleitoral, e considerou que há lideranças políticas que não estão preparadas para "a sã convivência em paz e segurança".

"Quando se tem duas agendas, uma política e uma subversiva, tem de se compreender o que se quer", disse, acusando a oposição de ter uma estratégia subversiva financiada a partir do exterior "para derrubar o governo".

"Funcionou muito a cadeia das redes sociais para que as pessoas não fossem ao voto com receio de insegurança, não é porque o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder] ou o executivo tenham falhado", considerou o general, comentando a elevada abstenção nas eleições de 24 de agosto.

Disse, no entanto, que o MPLA "aprendeu a lição" e quer "inverter o quadro e criar estratégias para contrapor a estas iniciativas que surgiram desde 2020".

Quanto ao estado de prontidão combativa e presença de forças policiais nas ruas nos últimos dias, o militar disse que é normal nestes casos: "NNotamos desde há dois anos que havia uma estratégia de subversão da ordem e daquilo que é a soberania e é por estes aspetos que as forças têm de estar em prontidão. Qualquer nação só vale aquilo que for capaz de defender-se".

No seu entender, estas situações podem ocorrer e que a população não tem de ter receio por o Estado estar a garantir a segurança das populações. Sobre a manifestação anunciada pela UNITA (principal partido da oposição angolana) para 24 de setembro declarou que o executivo autoriza as manifestações.

"O que não está concebido é que aproveitem as manifestações para fazer subversão. Não imagina a quantidade de pneus que nos últimos dois dias foram retirados e já estavam preparados para criar incêndios nas vias públicas", frisou Francisco Furtado.

"Os cidadãos tem de ter confiança no Estado, nas suas forças de segurança e a polícia tem demonstrado isto numa colaboração estreita com as populações e as forças armadas não intervêm em questões de segurança pública", prosseguiu.

Por isso, "as forças armadas estarão em prontidão para qualquer eventualidade de auxílio em caso de haver alguma situação de subversão armada, não para intimidar o povo, estão para defender o povo, estão para defender a soberania, estão para defender a nação e o Estado. A nossa missão é a segurança da população", explicou.

Quanto à nova legislatura, espera que o executivo consiga implementar os programas que tem, já que não concluiu "nem metade" do que iniciou no primeiro mandato

"Temos de continuar a garantir que o país esteja seguro, haverá investimentos significativos s na componente da Marinha de guerra, Força Aérea e Exército, temos de manter o país em segurança para que haja incentivo aos investimentos", disse, sublinhando que esta "tudo programado" e que o setor social não será prejudicado.

Quanto à possibilidade de ser de novo convidado para o governo, afirmou estar "sempre preparado" para as missões de que for incumbido

A praça da República foi-se preenchendo aos poucos com centenas de figuras, entre políticos e membros do executivo angolano, diplomatas e chefes de Estado, alguns dos quais chegados esta manhã mesmo como os Presidentes da República Democrática do Congo e da Guiné Equatorial.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa é outro dos convidados para participar nesta cerimónia que tem início pelas 10:30 com a cheda de João Lourenço e a passagem em revista as tropas

João Lourenço será empossado pela juíza-presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso.

Leia Também: João Lourenço toma posse após resultados contestados pela oposição

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