Ucrânia. UE vê "sinal de desespero de Putin" em mobilização e referendos

A diplomacia da União Europeia (UE) considerou que a mobilização de reservistas anunciada hoje pela Rússia e a realização de referendos de anexação de territórios ucranianos são um "sinal de desespero" do Presidente russo, Vladimir Putin.

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Lusa
21/09/2022 12:19 ‧ 21/09/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"O discurso do Presidente Putin e os anúncios que fez, tanto sobre estes referendos como sobre a mobilização parcial, são novas provas de que ele não está interessado na paz, que está interessado em escalar a sua guerra de agressão, o que é também mais um sinal do seu desespero com a forma como a sua agressão está a ir contra a Ucrânia", reagiu o porta-voz principal da Comissão Europeia para os negócios estrangeiros e da política de segurança, Peter Stano, falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.

Segundo o também porta-voz do Alto Representante da UE para a política externa, tais anúncios são "também um sinal claro para toda a comunidade internacional, especialmente durante esta semana crucial na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, [...] de que Putin só está interessado em continuar e avançar na sua guerra destrutiva".

"Apoiamos a legítima luta justificada da Ucrânia para defender o seu povo o seu território e os ucranianos lutam não só pelo território e independência e soberania da nação, mas também pelos nossos princípios e valores", insistiu Peter Stano.

Também hoje, foi lançado um alerta sobre um novo ataque contra a zona da central de Zaporijia, no sul da Ucrânia, a maior da Europa, surgindo pouco depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado esta "mobilização parcial" de 300 mil reservistas russos.

O anúncio dirigido ao país foi feito hoje pela televisão, tendo Putin declarado que o objetivo do Ocidente é destruir a Rússia.

Reagindo a tais ameaças, Peter Stano condenou que Putin esteja a "fazer um jogo nuclear".

"Ele está a utilizar o elemento nuclear como parte do seu arsenal de terror e isto é inaceitável. Penso que isto mostra muito claramente a qualquer membro da comunidade internacional que ainda tenha dúvidas sobre as suas intenções até que ponto está disposto a avançar e continuar esta invasão e agressão ilegal e injustificada contra o povo ucraniano", adiantou o porta-voz da diplomacia da UE.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje uma "mobilização parcial" dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito, numa mensagem dirigida à nação.

A medida, que entra já em vigor, é justificada com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, está pronta a utilizar "todos os meios" ao seu dispor para "se proteger", declarou Putin, que acusou o Ocidente de procurar destruir o país.

O anúncio de "mobilização parcial" dos russos em idade de combater abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia.

Leia Também: Voos só de ida para fora da Rússia esgotam após anúncio de Putin

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