Combate ao terrorismo na África Ocidental deve "envolver o mundo"

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje que o combate ao terrorismo e ao extremismo violento na África Ocidental deve envolver a comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas, em particular.

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Lusa
22/09/2022 16:21 ‧ 22/09/2022 por Lusa

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Guiné-Bissau

"Permitam-me, na qualidade de presidente da autoridade dos chefes de Estado e de Governo dos Estados da África Ocidental, a CEDEAO, recordar que a nossa sub-região enfrenta grandes desafios em matéria de segurança e que precisamos de paz para garantir o desenvolvimento e o bem-estar das nossas populações, que constituem a nossa primeira riqueza", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente da Guiné-Bissau, que assume também a presidência rotativa da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), discursava na 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.

O chefe de Estado guineense afirmou que a estabilidade do continente africano e em particular da África Ocidental "está ameaçada pela insegurança causada pelo terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional, a que se somaram violações dos princípios do Estado de direito democrático".

"A CEDEAO criou um quadro político, jurídico e mecanismos estruturais para a prevenção e resolução de crises políticas e institucionais, mas, contudo, os desafios permanecem inúmeros e difíceis de resolver. Precisamos da ajuda internacional para travar o avanço do terrorismo na África Ocidental e em toda a zona do Sahel", salientou.

Segundo Umaro Sissoco Embaló, o terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional são ameaças à "paz e segurança internacionais que, para ser eficazmente combatida, deve necessariamente envolver toda a comunidade internacional e a ONU, em particular".

Desde 2020, que a região da CEDEAO tem assistido a uma onda de golpes de Estado, nomeadamente no Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso e está alarmada com o risco de contágio a outros países da região e tem multiplicado as mediações e pressões para o regresso ao poder dos civis naqueles países.

No discurso, Umaro Sissoco Embaló defendeu uma "solução global e duradoura" para resolver os problemas, incluindo uma "reflexão conjunta, na solidariedade global e na condução de ações concertadas e coletivas".

"Devemos partilhar conhecimentos científicos e garantir o acesso equitativo às vacinas. A pandemia de covid-19 relembrou-nos que vivemos num mundo globalizado, que a vida de todos os seres humanos tem igual valor e que a humanidade é uma e tem um destino comum", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

Nesse sentido e sublinhando que é preciso proteger todos, em todos os lugares, das doenças infecciosas, o Presidente guineense convidou todos os países a contribuírem "para o reabastecimento do Fundo Global".

"Juntos e de maneira solidária, podemos acabar com a malária de uma vez por todas e salvar milhões de vidas humanas", acrescentou.

Umaro Sissoco Embaló assumiu recentemente a presidência da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 96% dos casos globais de malária e 98% das mortes por malária acontecem no continente africano.

Na conclusão do seu discurso, Umaro Sissoco Embaló relembrou a "necessidade de o embargo contra" Cuba ser "imediatamente levantado".

Leia Também: Guiné-Bissau. Contexto internacional com impacto no desenvolvimento

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