'Bella ciao' ganha versões em persa e emociona Internet: "Deslumbrante"
Canção de resistência está a ser entoada no Irão.
© Reprodução Twitter
Mundo Irão
Vivem-se dias agitados no Irão após a morte de Mahsa Amini. Entre os protestos, que já duram há dez dias e que já resultaram na detenção de mais de mil pessoas e na morte de dezenas, há agora uma música que começa a ser entoada no país: 'Bella ciao'.
A canção, que é um hino de resistência ao fascismo, durante a Segunda Guerra Mundial, ganhou uma versão em persa e está a ser entoada pelas mulheres no Irão, que têm também gritado frases antigovernamentais nos seus protestos.
Uma primeira versão foi cantada pela dupla de irmãs Samin e Behin Bolouri , a 16 de setembro, quando foi conhecida a morte de Mahsa Amini, tornando-se rapidamente viral.
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Já este fim de semana surgiu uma nova versão da canção, também em persa, que mereceu a atenção do diretor do Observatório do Norte de África e do Médio Oriente da Fundação Jean Jaurès, Farid Vahid.
"Absolutamente deslumbrante! 'Bella ciao' cantada por uma iraniana em persa. Essas mulheres são impressionantes... Viva a liberdade", escreveu numa publicação divulgada no Twitter.
Absolument magnifique ! Bella ciao chanté par une Iranienne en persan. Ces femmes sont impressionnantes… Vive la liberté. #Mahsa_Amini #Iran pic.twitter.com/4CwUqtJTeH
— Farid Vahid (@FaridVahiid) September 24, 2022
Sublinhe-se que 'Bella ciao' também já tinha sido incluída num filme do cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, em 2020: 'O Mal Não Existe', Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. Juntamente com Mostafa Al-Ahmad, foi detido e condenado a um ano de prisão por “propaganda antissistema”.
Recorde-se que Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida pela chamada "polícia de moralidade" de Teerão, capital do Irão, onde se encontrava de visita, por alegadamente trazer o véu de forma incorreta e transferida para uma esquadra com o objetivo de assistir a "uma hora de reeducação".
A jovem acabou por entrar em coma e morrer dias depois no hospital. As autoridades atribuíram a morte a problemas de saúde, versão rejeitada pela família.
Desde então multiplicaram-se os protestos em pelo menos 20 cidades, com milhares de manifestantes antigovernamentais e forças de segurança a entrarem em confrontos, naqueles que são já considerados como os distúrbios políticos mais graves no país desde 2019. Várias mulheres queimaram os seus hijabs.
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