A vice-presidente norte-americana Kamala Harris está de visita à Coreia do Sul e, na quinta-feira, deverá visitar a Zona Desmilitarizada (DMZ, na sigla em inglês) na fronteira com a Coreia do Norte, anunciaram esta terça-feira autoridades sul-coreanas e norte-americanas.
A visita de Harris surge como uma tentativa dos Estados Unidos assinalarem a sua vontade e compromisso em defender a Coreia do Sul, perante as constantes ameaças e aumento de tensões por parte do regime de Pyongyang. Kamala Harris segue para a Coreia do Sul depois do funeral do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, em Tóquio.
As tensões diplomáticas na península aumentaram recentemente, com a viagem da vice-presidente dos Estados Unidos a ocorrer pouco depois de um novo teste militar pela Coreia do Norte. No domingo, as autoridades em Seul alertaram que o Norte testou míssil balístico não identificado em direção ao seu mar oriental, com a quantidade e frequência dos testes realizados a aumentar consideravelmente ao longo do ano.
Segundo a agência Reuters, Kamala Harris será a primeira oficial da administração Biden a visitar a DMZ, e a visita foi anunciada pelo primeiro-ministro sul-coreano Han Duck-soo depois de um encontro com Harris em Tóquio. A Coreia do Norte respondeu através do embaixador em Nova Iorque, Kim Song, que, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, acusou os Estados Unidos de criar uma crise diplomática e de fomentar um "ciclo vicioso de tensão e confronto".
Citada pela Reuters, uma fonte militar norte-americana disse que a visita pretendia mostrar que os EUA vão fortalecer a aliança com o Sul "perante todas as ameaças apresentadas" pelo Norte.
A par dos testes norte-coreanos, as forças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram uma série de exercícios conjuntos com as marinhas dos dois aliados. Pyongyang também criticou estes exercícios, denunciando-os como um "ato extremamente perigoso".
Harris será, assim, a mais importante figura norte-americana a visitar a DMZ desde o antigo presidente Donald Trump que, durante o seu mandato, protagonizou uma aproximação entre os dois países e ajudou a que as duas Coreias reiniciassem conversações de paz e tornou-se no primeiro presidente em funções a atravessar a fronteira e a visitar oficialmente o Norte.
Considerada a fronteira mais vigiada e minada do mundo (apesar do nome enganador), a DMZ é a fronteira que divide a península da Coreia, substituindo o Paralelo 38 que servia como fronteira durante as administrações norte-americana e soviética na região, a sul e a norte respetivamente.
Leia Também: Coreia do Sul diz que Coreia do Norte testou míssil em direção ao mar