"Embora algumas partes do país permaneçam altamente inseguras, outras regiões, como o Alto Katangayo (província), já estão estáveis, permitindo o regresso" de pessoas deslocadas, afirmou hoje o porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Boris Cheshirkov, num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo a mesma fonte, os refugiados - 60% dos quais são menores - receberam os "documentos de repatriamento voluntário" e a "autorização de imigração acelerada", além de terem feito exames médicos, e lhes ter sido dada comida e água antes de regressarem.
Nos últimos meses, vários autocarros deslocaram cerca de 6.000 pessoas do campo de refugiados zambiano de Mantapala (província norte de Luapula) para a fronteira da RDCongo, com o objetivo de atingir um total de mais de 11.000 refugiados congoleses registados para regressarem voluntariamente ao seu país.
De acordo com o ACNUR, os repatriados também recebem "assistência em dinheiro para cobrir despesas básicas", incluindo o custo de deslocamento, ajuda para pagar a renda de casa ou alimentação mensal, entre outros.
Até agora, só em Mantapala viviam 18.000 congoleses, mas a Zâmbia acolhe no total do país mais de 60.200 refugiados da RDCongo, segundo dados da ONU.
O aumento dos confrontos intercomunitários a partir de meados de 2016 e ao longo de 2017 e a atividade de grupos armados no leste e sudeste da RDCongo deixaram dezenas de mortos e provocaram o deslocamento de centenas de milhares de pessoas na região.
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