"Nunca reconheceremos essas tentativas ilegais e ilegítimas de anexação", frisou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
As autoridades pró-russas das regiões ucranianas de Zaporijia, Kherson, Lugansk e Donetsk anunciaram na terça-feira a vitória do "sim" à incorporação na Rússia em referendos organizados por Moscovo e considerados inválidos por Kiev e pelos aliados ocidentais.
Moscovo destacou hoje que as quatro regiões ucranianas controladas pelas forças russas fizeram "uma escolha livre em favor da Rússia".
Karine Jean-Pierre assegurou também que os Estados Unidos e os aliados preparam sanções económicas "adicionais" contra Moscovo.
A Comissão Europeia propôs hoje um oitavo pacote de sanções à Rússia, face à "nova escalada" do Kremlin na sua agressão à Ucrânia, com a realização de "referendos fraudulentos", mobilização parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares.
O novo pacote de sanções, apresentado hoje em linhas gerais em Bruxelas pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e pelo Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, inclui um teto ao preço do petróleo russo, novas restrições ao comércio para privar a Rússia de cerca de 7 mil milhões de receitas, uma proibição de exportações de mais produtos para privar o Kremlin (Presidência russa) de tecnologias-chave para a sua indústria de armamento, e uma atualização da lista de entidades individuais e coletivas alvo de medidas restritivas.
Bruxelas propõe também nesta nova ronda de sanções a proibição de prestação de serviços europeus à Rússia e a proibição de cidadãos da UE terem assento em órgãos diretivos de empresas estatais russas, argumentando que "a Rússia não deve beneficiar do conhecimento e da perícia europeus".
O novo pacote de sanções hoje proposto pela Comissão liderada por Von der Leyen, o oitavo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há sensivelmente sete meses, vai agora ser discutido pelos 27 do bloco europeu, inicialmente ao nível de embaixadores, com vista à sua adoção em sede de Conselho da UE.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.996 civis mortos e 8.848 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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