Etiópia: TPLF denuncia novo ataque contra deslocados na região de Tigray
A Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF) denunciou hoje um novo ataque com drones contra pessoas deslocadas na região de Tigray e salientou que "dezenas de crianças e idosos" morreram no bombardeamento, o que Adis Abeba não comentou.
© AMANUEL SILESHI/AFP via Getty Images
Mundo Tigray
O porta-voz da TPLF, Getachew Reda, denunciou que "as forças do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, e do Presidente da Eritreia, Isaias Afewerki, levaram hoje a cabo um horrível ataque com drones em Adi Daero".
Para Redá, "o que é particularmente escandaloso é que as vítimas tinham estado anteriormente em abrigos em Adiyabo" e acrescentou: "Foram novamente forçadas a abandonar os seus campos por causa da última ronda da campanha genocida das forças de Afewerki e Abiy contra o povo de Tigray".
"Isto está a acontecer sob o olhar atento das ONG internacionais, cujas atividades estão a ser cerceadas por ataques sistemáticos a infraestruturas civis, incluindo camiões de ajuda humanitária, pelas forças dos tiranos gémeos no Corno de África", disse.
"Não temos a certeza de que a comunidade internacional vai mencionar esta tragédia, mesmo como nota de rodapé", lamentou, através de várias mensagens na sua conta do Twitter. "Trágico, mas Tigray irá prevalecer", acrescentou.
O próprio Getachew denunciou um bombardeamento eritreu de Adi Daero na semana passada, acrescentando que este ato de "terrorismo aéreo" resultou na morte de vários civis, embora a Etiópia tenha alegado mais tarde que a sua força aérea foi responsável pelo ataque.
Adis Abeba não comentou o possível impacto do ataque em áreas civis, mas observou que a TPLF estava a utilizar instalações médicas, escolas, locais de culto e áreas residenciais para esconder armas.
A TPLF disse na segunda-feira que se tinha retirado da região norte de Amhara, após quase um mês de destacamento em várias áreas, como parte da guerra em Tigray e de um "ajustamento tático geográfico" para lidar com o "perigo existencial" colocado pela ofensiva em grande escala do exército eritreu.
O conflito na Etiópia estalou após um ataque da TPLF à base principal do exército em Mekele, na sequência do qual Abiy ordenou uma ofensiva contra o grupo, após meses de tensões políticas e administrativas.
Atualmente, está em vigor uma "trégua humanitária", embora ambas as partes se tenham acusado mutuamente de impedirem a entrega de ajuda.
A TPLF acusa Abiy de alimentar tensões desde que chegou ao poder, em abril de 2018, quando se tornou o primeiro oromo a tomar posse. Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope (EPRDF), de base étnica. O grupo opôs-se às reformas da Abiy, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
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