"Nos últimos anos, uma série de decisões fundamentais, e estamos a falar do Prémio da Paz do Comité Nobel, têm sido tão politizadas que, desculpem, Alfred Nobel estará farto de andar às voltas no túmulo", escreveu na rede social Twitter o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Anatoly Glaz.
Bialiatski dividiu o Prémio Nobel da Paz de 2022 com a organização Memorial, da Rússia, e com o Centro para as Liberdades Civis, da Ucrânia, ambas defensoras e promotoras dos direitos humanos, pelo "direito de criticar o poder" e "denunciar crimes contra a humanidade".
"[O Comité Nobel norueguês] deseja homenagear três destacados defensores dos direitos humanos, democracia e coexistência pacífica nas vizinhas Bielorrússia, Rússia e Ucrânia", disse, ao anunciar os nomes dos laureados.
Bialiatski "foi um dos promotores do movimento democrático" que surgiu na Bielorrússia em meados da década de 1980, argumentou o comité.
Ainda segundo o comité, o ativista, detido desde 2021, "tem dedicado a vida a promover a democracia e o desenvolvimento pacífico no seu país de origem".
Bialiatski criou o movimento Vesná (Primavera) "em resposta às reformas constitucionais que deram poderes autoritários ao Presidente [Lukashenko], e está atualmente detido sem julgamento", lembrou Berit Reiss-Andersen, presidente do comité.
O ativista foi preso pela primeira vez em 2011 por suposta evasão fiscal, acusação que sempre negou, e detido novamente em 2021, após os protestos que abalaram a Bielorrússia pelos resultados das eleições presidenciais, descritas como fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente e que levaram à reeleição de Lukashenko como Presidente da Bielorrússia.
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