Em comunicado, esta sexta-feira. divulgado na sua conta Twitter, o organismo para o nuclear da ONU esclarece que diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, "confirmou que foi concluída a primeira rotação" desta missão na Ucrânia.
"Uma nova equipa reforçada com peritos em segurança e controlo da AIEA encontra-se na central" e prosseguirá a "indispensável missão", acrescenta o texto.
Os quatro peritos que agora substituem os dois funcionários que estavam na central desde o início de setembro "apoiarão a zona de proteção da segurança nuclear" em torno da central de Zaporíjia, que Grossi pretende confirmar durante as próximas reuniões com Moscovo e Kyiv.
Сегодня эксперты МАГАТЭ сменили своих коллег на #ЗАЭС. @rafaelmgrossi: «Я безмерно благодарен двум нашим экспертам, которые находились на станции более 5 недель, и четверым, которые находятся там сейчас. Они выполняют важнейшую работу в очень сложных условиях, и мы гордимся ими».
— IAEA - International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) October 7, 2022
A AIEA tem alertado desde há vários meses sobre o perigo de um acidente nuclear nestas instalações, pelo facto de a central se encontrar numa zona de guerra e ser alvo de numerosas explosões e bombardeamentos.
O exército russo ocupou a central no início de março passado. Considerada a maior instalação do género na Europa, com seis reatores nucleares VVER-1000, não está a produzir energia elétrica desde 11 de setembro.
Na quarta-feira, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a nacionalização da central nuclear, que até ao momento continua a ser operada por funcionários e trabalhadores ucranianos.
Ao ser questionado na quinta-feira sobre a nacionalização da central por parte da Rússia, o diretor-geral disse ser um tema relacionado "com o direito internacional" e um "assunto complexo".
Após sublinhar que as anexações "não se aceitam pelo direito internacional, nem pela Carta das Nações Unidas nem por outros instrumentos, Grossi concluiu que "a nossa posição é que é esta instalação é uma instalação ucraniana", e escusou-se a comentar a atual situação militar no terreno, apenas desejando "que a guerra termine".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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