UE condena decreto russo de controlo da central nuclear de Zaporíjia
União Europeia (UE) condenou hoje "fortemente" o decreto do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a "apropriação ilegal" da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, a maior da Europa, e a criação de uma empresa governamental nesse sentido.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
"A UE não reconhece e condena veementemente a anexação ilegal pela Rússia das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson. Consequentemente, o decreto sobre a apropriação da central de Zaporíjia é ilegal, legalmente nulo e sem efeito", disse o Alto Representante da UE para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, em comunicado.
O chefe da diplomacia comunitária insistiu que a Rússia "deve retirar as suas forças e equipamentos militares e devolver o controlo da central nuclear ao seu legítimo proprietário, a Ucrânia".
Na quarta-feira, a Rússia apropriou-se formalmente da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, ocupada militarmente há meses, o que levou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) a viajar de urgência para Kiev.
A Rússia "irá gerir as instalações nucleares da central (...) como propriedade federal", refere o decreto, assinado por Vladimir Putin.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, anunciou a sua partida imediata para Kiev para "discutir o estabelecimento de uma zona de proteção" à volta da central nuclear ucraniana em Zaporijia, a maior da Europa.
Neste contexto, Josep Borrell afirmou ser urgente a "presença reforçada da AIEA no local e o seu acesso sem entraves à central, dado o interesse da segurança de toda a Europa".
Além disso, pediu que seja estabelecida "imediatamente" uma zona de proteção de segurança nuclear, sem prejuízo da soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma tarefa na qual a UE apoia fortemente os esforços do diretor-geral da AIEA.
"A UE mantém o seu apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras, internacionalmente reconhecidas, e exige que a Rússia retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas tropas e equipamentos militares de todo o território da Ucrânia", enfatizou Borrell.
Além disso, deixou claro que a UE "continuará a fornecer um forte apoio económico, militar, social e financeiro à Ucrânia pelo tempo que for necessário".
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