A escritora francesa Annie Ernaux - galardoada com o Prémio Nobel da Literatura 2022, na quinta-feira - está entre o grupo de 69 signatários que exortou, este sábado, a população francesa a juntar-se aos protestos planeados contra o presidente de França, Emmanuel Macron. Em causa está a inércia do chefe de Estado francês face ao aumento da inflação.

“Emmanuel Macron está a usar a inflação para alargar o fosso da riqueza, para aumentar os rendimentos do capital à custa do resto”, disseram os 69 signatários, que inclui escritores, realizadores de cinema e catedráticos, num texto publicado pelo Journal Du Dimanche e citado pela agência de notícias Reuters.

“É tudo uma questão de vontade política”, sublinharam.

O grupo acusou ainda o governo francês de não ter feito o suficiente para combater o aumento dos preços da energia e de se recusar a aumentar os impostos sobre as empresas que obtêm lucros inesperados devido à inflação.

Os protestos estão marcados para o próximo domingo, dia 16 de outubro, e estão a ser organizados pelo movimento político do partido de extrema-esquerda France Unbowed.

O prémio Nobel da Literatura 2022 foi atribuído, na quinta-feira, a Annie Ernaux, tornando-se a primeira escritora francesa a receber tal distinção. Segundo a academia, a escritora, de 82 anos, foi distinguida “pela coragem e pela perspicácia imparcial com que desvenda as raízes, as indiferenças e as limitações coletivas das memórias pessoais”.

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