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Bielorrússia rejeita lutar contra países vizinhos se não for provocada

O ministro da Defesa bielorrusso, Víctor Khrenin, assegurou hoje que a Bielorrússia não quer lutar nem com a Ucrânia nem com países vizinhos, como a Polónia ou a Lituânia, desde que não seja provocada.

Bielorrússia rejeita lutar contra países vizinhos se não for provocada
Notícias ao Minuto

23:45 - 10/10/22 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"O nosso conselho continua a ser o mesmo: não nos provoquem, não temos intenção de lutar convosco. Nem com os lituanos, nem com os polacos, e ainda mais com os ucranianos. Se vocês também não quiserem e não derem os passos errados, não haverá guerra", disse Khrenin, citado num comunicado divulgado pela agência de notícias BelTA.

O governante considerou as notícias sobre os alegados planos de Minsk para atacar a desinformação do seu país vizinho, que o acusa de cumplicidade na campanha militar russa ao ceder o seu território para intervenção armada.

Khrenin alertou que a resposta de Minsk será "severa" e "instantânea", se "um único metro de terra bielorrussa for objeto de agressão".

"A situação não é tão tensa ao ponto de se entrar em pânico. As Forças Armadas da Bielorrússia fazem todo o possível para garantir a segurança", disse.

Hoje, o chefe de Estado bielorrusso, Alexandre Lukashenko, acusou a Polónia, Lituânia e Ucrânia de prepararem ataques "terroristas" e uma "sublevação militar" na Bielorrússia, após ter anunciado a formação de um agrupamento militar "regional" com Moscovo.

"O treino de combatentes na Polónia, na Lituânia e na Ucrânia inclui radicais bielorrussos, para efetuarem sabotagens, atos terroristas, e um levantamento militar no país tornou-se numa ameaça direta", declarou no decurso de uma reunião com responsáveis militares, acusando ainda a União Europeia e Estados Unidos de pretenderem "agravar a situação".

"Os Estados Unidos e a União Europeia afirmam que pretendem legitimar os nossos fugitivos como uma força política, preveem reforçar seriamente o seu apoio a elementos destrutivos e agravar a situação na fronteira ocidental [bielorrussa] para abrir uma segunda frente", acrescentou o líder de Minsk, de acordo com uma nota da presidência.

Lukashenko considerou "absurdo" que a Ucrânia abra uma segunda frente na fronteira bielorrussa, mas acusou o ocidente de pressionar para o início desta nova fase da guerra, ao indicar que Kiev "planeia ataques em território bielorrusso" e definindo como uma "loucura do ponto de vista militar" a abertura de uma segunda frente.

"No entanto, o processo começou. Estão a ser pressionados pelos seus patrões para desencadearem uma guerra contra a Bielorrússia com o objetivo de nos envolver e lidarem com a Rússia e a Bielorrússia em simultâneo", referiu, citado pela agência noticiosa BelTA.

"Ontem, através de canais não oficiais, preveniram-nos de um ataque em preparação à Bielorrússia e a partir de território ucraniano", assegurou Lukashenko, ao considerar que Kiev pretende "uma ponte da Crimeia número 2", numa referência à ponte russa danificada no sábado por uma explosão.

Disse ainda ter transmitido uma mensagem ao Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, intimidando-o a não tocar "com as suas mãos sujas num único metro de território" bielorrusso.

Em consequência deste desenvolvimento, Minsk e Moscovo vão deslocar um agrupamento militar comum, revelou, sem precisar a sua localização.

A Bielorrússia, aliada da Rússia no seu conflito com a Ucrânia, já disponibilizou o seu território ao Exército de Moscovo para a sua ofensiva na Ucrânia, mas as Forças Armadas bielorrussas não se envolveram até ao momento em combates no território ucraniano.

Leia Também: Zelensky garante que ataques russos não "intimidarão" ucranianos

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