A Venezuela - cuja participação foi fortemente contestada por organizações não-governamentais (ONG) devido às denúncias e aos registos de repressão associados ao Governo liderado por Nicolás Maduro -, foi derrotada pelo Chile e pela Costa Rica, que concorriam pelas duas vagas disponíveis no grupo da América Latina e Caraíbas, tendo alcançado apenas 88 votos dos 97 necessários para se eleger.
O Chile conseguiu 144 votos favoráveis e a Costa Rica 134, dos 190 países presentes na eleição que decorreu na Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque.
Juntamente com a América Latina e Caraíbas, o grupo da Ásia-Pacífico foi igualmente muito disputado, com seis países a concorrerem por quatros assentos livres.
Bangladesh (160 votos), Maldivas (154), Vietname (145) e Quirguistão (126) conseguiram a eleição, deixando de fora deste Conselho da ONU a Coreia do Sul (123) e o Afeganistão - onde o regime talibã tem imposto graves violações de Direitos Humanos - que reuniu apenas 12 votos a seu favor.
A África do Sul (182 votos), Algéria (178), Marrocos (178) e Sudão (157) concorreram, sem oposição, às quatro vagas disponíveis no grupo dos Estados africanos, assim como a Geórgia (178) e a Roménia (176) que conseguiram os dois lugares disponíveis para o grupo do leste europeu.
A Bélgica e a Alemanha eram os únicos Estados a votos para os dois assentos destinados à Europa ocidental e alcançaram 169 e 167 votos, respetivamente.
Os resultados da votação, que foi secreta, foram anunciados pelo presidente da Assembleia-Geral da ONU, o diplomata húngaro Csaba Korosi.
Os membros do Conselho servirão por um período de três anos, com início a 01 de janeiro de 2023, e não poderão ser reeleitos imediatamente após dois mandatos consecutivos.
O Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, é composto por 47 países, eleitos para mandatos de três anos, e desde a sua criação tem sido frequentemente criticado por integrar Estados com registos duvidosos nesse campo.
Em abril passado, num passo muito incomum, a Assembleia-Geral da ONU expulsou a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade cometidos no contexto do conflito na Ucrânia.
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