Equipas da CAC detiveram no Palácio do Governo um assessor do atual ministro de Assuntos Parlamentares e Comunicação Social (MAPCS), Francisco Martins Jerónimo, e uma empresária que foi secretária do governante no seu outro cargo, presidente da Federação de Futebol de Timor-Leste (FFTL).
As equipas, que tinham consigo mandados de busca e apreensão, recolheram documentação e outro material, com rusgas tanto no Palácio do Governo como na sede da empresa e ainda na sede da FFTL.
Os suspeitos foram transportados para a sede do CAC que está a investigar o caso, alegadamente responsável por prejuízos para o Estado de valor total ainda não determinado.
Em causa está uma investigação que se arrasta desde 2021 e que se relaciona com suspeitas de abuso de poder e favorecimento relativamente a um contrato que o ministro assinou com a empresa Dili Eternal Innovation Information para a compra de descodificadores terrestre para acesso ao sinal do Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL).
A investigação indicia que o MAPCS terá favorecido a sua então secretária na presidência da FFTL, atribuindo-lhe um contrato no valor de quase 900 mil dólares.
Em declarações à Lusa Francisco Martins Jerónimo recusou-se a comentar as detenções de hoje, acusando os agentes da CAC de atuar "com falta de ética" e rejeitando qualquer acusação sobre o crime.
"São acusações falsas. Não houve qualquer favorecimento ou abuso de poder. As regras, leis e regulamentos de aprovisionamento foram seguidas com normalidade", disse à Lusa.
"Não tenho comentários sobre as detenções de hoje. Estou a acompanhar o caso para perceber o que se passa. Se a CAC tem evidências, vamos então ver. Mas o que demonstraram hoje foi falta de ética", disse.
À semelhança do que tem acontecido repetidamente em Timor-Leste, as operações de hoje foram registadas por jornalistas timorenses, informados atempadamente da operação.
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