Segundo José António, camponês no município de Cambambe, que falou à Rádio Nacional de Angola, os elefantes estão a destruir a produção de mandioca e kizaca [folhas da mandioqueira].
"Não sabemos o que fazer, nós sobrevivíamos do campo, hoje, não existe campo, a fome está a assolar", referiu.
O problema, que afeta também outras áreas, na comuna do Zenza do Itombe, segundo o soba (autoridade tradicional) Adão Pedro, a população está a abandonar a zona à procura de segurança, realçando que os mamíferos "estão a andar em manada".
Os mamíferos estão a destruir lavras de mandioca, milho, batata-doce, ginguba [amendoim] e cana-de-açúcar.
O responsável pelo setor do ambiente em Cambambe, Andrade Munário, apelou à população para que se mantenha calma, salientando que estão a ser criadas técnicas para afastar os animais da zona.
O conflito homem/animal em Angola data de há vários anos, mais concretamente desde o final da guerra, em 2002, com o regresso dos animais ao seu habitat.
O Cuanza Norte é uma das províncias que enfrentam o problema do regresso de elefantes ao seu habitat, sendo os municípios de Golungo Alto, Banga, Bolongongo, Cazengo e Ngoguembo os que registam maior presença dos mamíferos, que causam a destruição de extensas áreas de cultivo e a invasão de áreas residenciais.
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