Nasceu na Sibéria, tem 56 anos e uma longa carreira militar. Adjetivado como um "líder militar duro e exigente", Sergei Surovikin foi o homem escolhido diretamente por Vladimir Putin, o presidente da Rússia, este fim de semana, para conduzir a "operação especial militar" que o país está a levar a cabo na Ucrânia.
Já passou, segundo indica a BBC, por violentos combates no Afeganistão, Chechénia, Tajiquistão e Síria. Neste último país, no cargo de chefe das Forças Aeroespaciais da Rússia, foi responsável pela destruição - a partir do ar - de grande parte da cidade de Alepo.
Já na Chechénia, avança ainda o mesmo canal, citando a agência russa TASS, fez a promessa pública de "destruir três militares por cada soldado [de Putin] morto".
Este vasto 'currículo' de brutalidade e crueldade levou o nome de Surovikin ao topo da lista do chefe de Estado russo dos militares 'capazes' de atingir os objetivos na Ucrânia. Com o incidente na ponte de Kerch, na Crimeia - e os diversos despedimentos por "incompetência" de generais russos - a 'chamada' do siberiano foi visto como uma "concessão de Putin aos intransigentes", sublinhou Sarah Rainsford, correspondente da BBC no leste da Europa.
Recorde-se que a Rússia atacou com mísseis e drones várias cidades e infraestruturas de energia na Ucrânia, esta semana, provocando dezenas de mortos e feridos, além de cortes de energia. Moscovo justificou os ataques como uma reação a uma explosão na ponte da Crimeia, em 8 de outubro, que disse ter resultado de um "ataque terrorista" ucraniano.
Na sua avaliação diária sobre a guerra na Ucrânia, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) considerou não haver uma ligação entre os bombardeamentos e a nomeação de Surovikin, nem uma mudança nas capacidades ou estratégias russas.
"O desrespeito pelo Direito internacional e o entusiasmo pela brutalização das populações civis foi o procedimento operacional padrão das forças russas na Síria antes, durante e depois do mandato de Surovikin. Tornou-se parte do modo de guerra russo", defendeu o centro de estudos norte-americano.
Para o ISW, é "altamente improvável" que Surovikin "cause uma mudança fundamental" nas capacidades russas na Ucrânia enquanto os aliados ocidentais "continuarem a fornecer a Kyiv as defesas aéreas necessárias para impedir que a Rússia ganhe superioridade aérea".
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