OSCE denuncia "situação desesperada" dos prémios Nobel da Paz 2021

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) denunciou hoje a "situação desesperada" dos vencedores do prémio Nobel da Paz 2021, os jornalistas Maria Ressa e Dmitri Muratov, acossados nos respetivos países, Filipinas e Rússia.

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Lusa
14/10/2022 16:57 ‧ 14/10/2022 por Lusa

Mundo

Maria Ressa

"Os seus casos ilustram dolorosamente que nem sequer um Prémio Nobel da Paz pode proteger dos ataques e da perseguição ilegítima os jornalistas e meios de comunicação independentes", condenou a representante para a liberdade de imprensa da OSCE, Teresa Ribeiro, num comunicado.

Teresa Ribeiro recorda que enquanto o diário russo Novaya Gazeta, do qual Muratov era diretor, foi obrigado a fechar, Maria Ressa "enfrenta a ameaça de prisão iminente devido ao seu trabalho jornalístico" nas Filipinas.

Por isso, a diplomata portuguesa lamenta que, um ano depois de o Comité Nobel Norueguês, que atribui o galardão da Paz, ter reconhecido a importância da liberdade de imprensa para a democracia e a segurança no mundo, "a situação da liberdade da comunicação social se tenha deteriorado ainda mais".

Na nota hoje divulgada, Teresa Ribeiro mostra-se especialmente preocupada com a situação de Maria Ressa, depois de a justiça filipina ter rejeitado o seu recurso contra uma condenação por difamação.

A responsável da OSCE denunciou que a jornalista filipina é alvo de uma campanha de "ataques, perseguição e casos falsos de difamação" e que a sua situação "envia uma mensagem arrepiante a outros jornalistas de investigação no país e em todo o mundo".

Também nos países da região OSCE, formada por 57 Estados da América do Norte, Europa e Ásia Central, se observa um aumento da perseguição judicial e da criminalização dos jornalistas, advertiu Teresa Ribeiro.

Leia Também: Nobel da Paz Maria Ressa vai recorrer de condenação por difamação

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