"Os seus casos ilustram dolorosamente que nem sequer um Prémio Nobel da Paz pode proteger dos ataques e da perseguição ilegítima os jornalistas e meios de comunicação independentes", condenou a representante para a liberdade de imprensa da OSCE, Teresa Ribeiro, num comunicado.
Teresa Ribeiro recorda que enquanto o diário russo Novaya Gazeta, do qual Muratov era diretor, foi obrigado a fechar, Maria Ressa "enfrenta a ameaça de prisão iminente devido ao seu trabalho jornalístico" nas Filipinas.
Por isso, a diplomata portuguesa lamenta que, um ano depois de o Comité Nobel Norueguês, que atribui o galardão da Paz, ter reconhecido a importância da liberdade de imprensa para a democracia e a segurança no mundo, "a situação da liberdade da comunicação social se tenha deteriorado ainda mais".
Na nota hoje divulgada, Teresa Ribeiro mostra-se especialmente preocupada com a situação de Maria Ressa, depois de a justiça filipina ter rejeitado o seu recurso contra uma condenação por difamação.
A responsável da OSCE denunciou que a jornalista filipina é alvo de uma campanha de "ataques, perseguição e casos falsos de difamação" e que a sua situação "envia uma mensagem arrepiante a outros jornalistas de investigação no país e em todo o mundo".
Também nos países da região OSCE, formada por 57 Estados da América do Norte, Europa e Ásia Central, se observa um aumento da perseguição judicial e da criminalização dos jornalistas, advertiu Teresa Ribeiro.
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