A principal suspeita do assassinato, Dahbia B., uma argelina de 24 anos, foi detida na segunda-feira sob acusação de homicídio e violação agravada de uma menina de 12 anos chamada Lola Daviet.
A imigrante entrou legalmente em França em 2016, com uma autorização de residência estudantil, mas devia ter deixado o território francês em agosto passado.
"Estamos a trabalhar duramente para garantir que as expulsões" são "efetivamente cumpridas", mas, "obviamente, temos de fazer melhor", disse o porta-voz do Governo francês, Olivier Véran, respondendo a questões levantadas pela direita e extrema-direita francesas.
"O nível de cumprimento da 'ODTF' (obrigação de deixar o território francês) esteve no nível máximo durante o mandato de cinco anos do Presidente [Nicolas] Sarkozy" (2007-2012), mas "atualmente é insatisfatório", sublinhou Véran.
Ainda assim, "multiplicámos por quase 20 o número de ODTF com destino à Argélia relativamente ao ano passado, que foi um ano bastante excecional, dada a situação da Covid-19", acrescentou.
O porta-voz do Governo pediu, no entanto, aos partidos para "mostrarem dignidade" face ao caso, defendendo que não é altura de "começar a fazer julgamentos políticos".
"Por enquanto, estamos no tempo de [respeitar] a família", disse, acrescentando que, "obviamente, todos querem que as penas sejam as mais pesadas e que a justiça seja o mais rápida e firme possível".
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, criticou a situação na terça-feira, sublinhando que "a suspeita de um ato tão bárbaro não deveria estar no território" francês e criticando aquilo que considerou ser "uma política de migração frouxa" da parte do Governo.
O senador de direita Bruno Retailleau sublinhou, por seu lado, que Lola não foi só vítima de um crime, mas "também de negligência migratória".
O caso de Lola Daviet começou na sexta-feira passada, quando a menina de 12 anos foi encontrada morta dentro de uma mala, a cerca de 200 metros da casa dos pais, em Paris.
A descoberta aconteceu horas depois de a família ter ativado um alerta, quando Lola não regressou a casa à saída da escola, tendo a polícia recorrido às câmaras de videovigilância.
A acusada, Dahbia B., de 24 anos e natural da Argélia, foi filmada, no dia do desaparecimento, a entrar com a adolescente no prédio onde Lola vivia, tendo testemunhas locais garantido que a viram, pouco depois, sair para a rua com uma mala "manchada de sangue".
A acusada disse à polícia ter levado a adolescente para o apartamento da sua irmã, tendo-a forçado a tomar banho para depois cometer "danos de natureza sexual e outros atos violentos" que causaram a morte de Lola, como avançou na terça-feira a agência francesa de notícias AFP.
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