Eis os possíveis sucessores de Liz Truss (sim, Boris Johnson é um deles)

A demissão, hoje, da primeira-ministra britânica, Liz Truss, após 44 dias na chefia do Governo do Reino Unido, desencadeará uma votação interna no Partido Conservador que deverá estar concluída até ao final da próxima semana.

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© Alex McBride/Getty Images

Lusa
20/10/2022 15:58 ‧ 20/10/2022 por Lusa

Mundo

Liz Truss

Eis os possíveis candidatos à sua sucessão no cargo de chefe do executivo britânico:

Rishi Sunak

Derrotado por Liz Truss na fase final do processo de nomeação do líder do Partido Conservador, no passado verão, o antigo ministro das Finanças era, no entanto, o candidato favorito dos deputados conservadores.

O abastado ex-banqueiro de 42 anos tem a seu favor o facto de ser uma figura da ortodoxia orçamental.

Durante a campanha, não parou de repetir que as reduções de impostos não financiadas corriam o risco de agravar a inflação até um nível recorde em décadas e de minar a confiança dos mercados.

Os factos deram-lhe razão, mas tem uma grande desvantagem: são muitos os apoiantes do ex-primeiro-ministro Boris Johnson que o veem como um traidor, cuja demissão, no início do verão, precipitou a queda do antigo inquilino de Downing Street.

Jeremy Hunt

Ministro das Finanças desde a passada sexta-feira, 11 de outubro, o novo dirigente do Tesouro parecia ser, desde então, quem detinha as rédeas do poder, enquanto Liz Truss se apresentava numa posição fragilizada.

Foi ele quem anunciou na segunda-feira a reviravolta que consistiu em reverter a quase totalidade das medidas fiscais do Governo Truss que criaram pânico nos mercados.

Este antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de 55 anos, experiente mas considerado pouco carismático, assegurou contudo recentemente à estação televisiva pública britânica BBC que, após dois fracassos, em 2019 e este verão, não tenciona embarcar numa corrida pelo poder.

Penny Mordaunt

Também ela candidata contra Liz Truss para suceder a Boris Johnson na chefia do Governo britânico este verão, a ministra encarregada das relações com o parlamento era a favorita dos militantes conservadores no início da campanha.

Carismática, esta ex-ministra da Defesa de 49 anos distinguiu-se no parlamento na segunda-feira, em substituição de Liz Truss perante a oposição, defendendo com confiança a mudança de rumo económico e explicando que a primeira-ministra "não está escondida debaixo da secretária".

A hipótese de um 'ticket' Mordaunt-Sunak foi recentemente aventada.

Boris Johnson

É um cenário que circulava na imprensa conservadora desde o passado verão: o ex-primeiro-ministro, "BoJo", faria o seu grande regresso, impondo-se como um nome evidente.

Fortalecido pela vitória eleitoral obtida no final de 2019, que deu aos conservadores uma maioria inédita desde Margaret Thatcher nos anos 1990, o herói do 'Brexit' (por ter concluído o intrincado processo negocial de saída do Reino Unido da União Europeia) enfrenta, no entanto, obstáculos de grande monta.

A sua demissão forçada por uma sucessão de escândalos, entre os quais o das festas na residência oficial de Downing Street, em violação das restrições de combate à pandemia de covid-19, não aconteceu assim há tanto tempo e atribui-lhe parte da responsabilidade na presente crise institucional.

E, numa altura em que está a dedicar-se à atividade remunerada de conferencista por todo o mundo, resta saber se Johnson, de 58 anos, estará disposto a retomar o comando do partido a dois anos das próximas eleições legislativas, em que as sondagens apontam para uma vitória esmagadora da oposição trabalhista.

Ben Wallace

Entre os favoritos na última campanha para a liderança do Partido Conservador, o ministro da Defesa, que tinha decidido não se candidatar para se dedicar à segurança do Reino Unido, viu o seu nome surgir novamente nos últimos dias como uma possível figura em torno da qual o partido poderá unir-se.

Wallace, de 52 anos, parece, todavia, afastar tal cenário, tendo assegurado na terça-feira ao diário The Times querer manter-se na tutela da Defesa.

Leia Também: Investidores parecem aliviados com demissão de Truss, apesar da incerteza

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