Eis os possíveis candidatos à sua sucessão no cargo de chefe do executivo britânico:
Rishi Sunak
Derrotado por Liz Truss na fase final do processo de nomeação do líder do Partido Conservador, no passado verão, o antigo ministro das Finanças era, no entanto, o candidato favorito dos deputados conservadores.
O abastado ex-banqueiro de 42 anos tem a seu favor o facto de ser uma figura da ortodoxia orçamental.
Durante a campanha, não parou de repetir que as reduções de impostos não financiadas corriam o risco de agravar a inflação até um nível recorde em décadas e de minar a confiança dos mercados.
Os factos deram-lhe razão, mas tem uma grande desvantagem: são muitos os apoiantes do ex-primeiro-ministro Boris Johnson que o veem como um traidor, cuja demissão, no início do verão, precipitou a queda do antigo inquilino de Downing Street.
Jeremy Hunt
Ministro das Finanças desde a passada sexta-feira, 11 de outubro, o novo dirigente do Tesouro parecia ser, desde então, quem detinha as rédeas do poder, enquanto Liz Truss se apresentava numa posição fragilizada.
Foi ele quem anunciou na segunda-feira a reviravolta que consistiu em reverter a quase totalidade das medidas fiscais do Governo Truss que criaram pânico nos mercados.
Este antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de 55 anos, experiente mas considerado pouco carismático, assegurou contudo recentemente à estação televisiva pública britânica BBC que, após dois fracassos, em 2019 e este verão, não tenciona embarcar numa corrida pelo poder.
Penny Mordaunt
Também ela candidata contra Liz Truss para suceder a Boris Johnson na chefia do Governo britânico este verão, a ministra encarregada das relações com o parlamento era a favorita dos militantes conservadores no início da campanha.
Carismática, esta ex-ministra da Defesa de 49 anos distinguiu-se no parlamento na segunda-feira, em substituição de Liz Truss perante a oposição, defendendo com confiança a mudança de rumo económico e explicando que a primeira-ministra "não está escondida debaixo da secretária".
A hipótese de um 'ticket' Mordaunt-Sunak foi recentemente aventada.
Boris Johnson
É um cenário que circulava na imprensa conservadora desde o passado verão: o ex-primeiro-ministro, "BoJo", faria o seu grande regresso, impondo-se como um nome evidente.
Fortalecido pela vitória eleitoral obtida no final de 2019, que deu aos conservadores uma maioria inédita desde Margaret Thatcher nos anos 1990, o herói do 'Brexit' (por ter concluído o intrincado processo negocial de saída do Reino Unido da União Europeia) enfrenta, no entanto, obstáculos de grande monta.
A sua demissão forçada por uma sucessão de escândalos, entre os quais o das festas na residência oficial de Downing Street, em violação das restrições de combate à pandemia de covid-19, não aconteceu assim há tanto tempo e atribui-lhe parte da responsabilidade na presente crise institucional.
E, numa altura em que está a dedicar-se à atividade remunerada de conferencista por todo o mundo, resta saber se Johnson, de 58 anos, estará disposto a retomar o comando do partido a dois anos das próximas eleições legislativas, em que as sondagens apontam para uma vitória esmagadora da oposição trabalhista.
Ben Wallace
Entre os favoritos na última campanha para a liderança do Partido Conservador, o ministro da Defesa, que tinha decidido não se candidatar para se dedicar à segurança do Reino Unido, viu o seu nome surgir novamente nos últimos dias como uma possível figura em torno da qual o partido poderá unir-se.
Wallace, de 52 anos, parece, todavia, afastar tal cenário, tendo assegurado na terça-feira ao diário The Times querer manter-se na tutela da Defesa.
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