Em comunicado, a agência das Nações Unidas "expressa profunda tristeza e preocupação com a morte de pelo menos 25 pessoas que se acredita serem migrantes encontradas numa vala comum em Mzimba, no Maláui" na passada terça-feira.
"As nacionalidades dos migrantes e as circunstâncias das suas mortes estão a ser investigadas. O Maláui é um país de trânsito para migrantes do Corno de África que viajam ao longo do que é conhecido como a Rota do Sul desde o norte da Etiópia na tentativa de chegar à África do Sul em busca de emprego", explica a OIM.
A agência da ONU salienta na nota que "a migração irregular ao longo da Rota do Sul, facilitada por uma intrincada rede de contrabandistas e traficantes, é repleta de perigos".
"Os migrantes são frequentemente sujeitos a detenção, violência, abuso de exploração e até morte. Em março de 2020, por exemplo, os corpos de 64 homens etíopes foram encontrados asfixiados num contentor lacrado na traseira de um camião em Moçambique", acrescenta-se no comunicado.
A descoberta da vala comum, que a OIM classifica como uma "tragédia" sublinha "a necessidade urgente de enfrentar os desafios da migração irregular ao longo da Rota Sul e a busca por parte dos países da região de soluções sustentáveis para os migrantes em consonância com os objetivos do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular".
A polícia do Maláui anunciou hoje a descoberta de mais quatro corpos, a juntar aos 25, presumivelmente de imigrantes etíopes, encontrados na noite da passada terça-feira numa vala comum.
Segundo o porta-voz da polícia, Peter Kalaya, os corpos referenciados foram encontrados em quatro locais diferentes, a cerca de dois quilómetros da vala comum, elevando o número de corpos encontrados para 29 até agora.
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