Na mensagem de felicitações que enviou a Sunak por ter assumido a chefia do executivo, Martin lembrou que a República da Irlanda e o Reino Unido "partilham a responsabilidade" de assegurar o processo de paz na Irlanda do Norte.

"Com base no trabalho já em curso, acredito que existe uma oportunidade real para a União Europeia (UE) e o Reino Unido acordarem soluções conjuntas sobre as questões protocolares", disse Martin.

"Apelo ao primeiro-ministro Rishi Sunak para agir rapidamente para negociar com a UE", acrescentou, segundo a agência espanhola EFE.

Os partidos da província britânica que faz fronteira com a República da Irlanda poderão formar um governo de partilha do poder na sexta-feira, para evitar que Londres convoque eleições antecipadas.

A concretizar-se, o novo executivo será formado cinco meses após uma eleição parcial que resultou numa primeira vitória para os republicanos do Sinn Féin, a antiga ala política do IRA (sigla em inglês do Exército Republicano Irlandês).

O segundo partido mais votado nas eleições regionais de maio, o Partido Democrata Unionista (DUP), pró-Londres, recusou viabilizar um governo com o Sinn Fein enquanto o Protocolo da Irlanda do Norte não for alterado.

O protocolo, concluído em 2019, foi a solução encontrada durante o processo do Brexit (saída do Reino Unido da UE) para evitar uma fronteira física com a Irlanda, um dos requisitos dos acordos de paz de 1998 para o território.

Na prática, deixa a Irlanda do Norte dentro do mercado único de mercadorias da UE, ficando o território sujeito a normas e leis europeias, e implica controlos e documentação adicional sobre mercadorias que circulam entre o Reino Unido e a província.

As negociações para se chegar a um acordo sobre a questão foram interrompidas nos últimos meses, e Londres fez aprovar legislação que permitiria ao Reino Unido rasgar unilateralmente partes do acordo de saída da UE que assinou com Bruxelas.

O Reino Unido abandonou a UE em 31 de janeiro de 2020.

Rishi Sunak, 42 anos, tornou-se hoje primeiro-ministro após uma audiência com o Rei Carlos III no Palácio de Buckingham, em Londres, substituindo Liz Truss no executivo e na liderança do Partido Conservador.

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