Governo britânico adia apresentação de plano fiscal para 17 de novembro
O novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, adiou para 17 de novembro a apresentação do plano fiscal para reduzir a dívida pública previsto para segunda-feira, um anúncio após o primeiro Conselho de Ministros a que presidiu.
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Segundo um resumo da reunião divulgado pelo gabinete, Sunak argumentou que é "importante chegar às decisões certas e que exista tempo para que essas decisões sejam confirmadas" com os restantes ministros.
A agora chamada Declaração de Outono estabelecerá como o Executivo britânico pretende "colocar as finanças públicas numa base sustentável e conseguir que a dívida caia a médio prazo".
Esta intervenção será acompanhada por projeções do Gabinete de Responsabilidade Orçamental [Office for Budget Responsibility], um organismo independente, sobre a economia e o impacto na dívida pública.
A apresentação do plano fiscal tinha sido antecipada de 23 de novembro para 31 de outubro pelo anterior ministro das Finanças Kwasi Kwarteng devido à volatilidade nos mercados financeiros.
A data foi escolhida na altura para ter lugar antes da reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Inglaterra no dia 03 de novembro, quando vai ser discutido um novo aumento das taxas de juro para travar a inflação.
O Reino Unido registou em setembro uma taxa de inflação de 10, por cento, a mais alta em 40 anos, prevendo-se que o banco central volte a subir as taxas de juro de referência dos atuais 2,25%.
Numa declaração hoje a jornalistas, o atual ministro das Finanças, Jeremy Hunt, defendeu que era prudente mudar a data e que a decisão foi discutida com o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey.
Hunt salientou que a preocupação principal do Governo é "restaurar a confiança de que o Reino Unido é um país que paga as suas contas" e vincou que o plano fiscal vai "mostrar a dívida a descer a médio-prazo".
Segundo o resumo do Conselho de Ministros, Rishi Sunak repetiu que vai dar prioridade à estabilidade económica e sustentabilidade fiscal e que "isto exigiria algumas decisões muito difíceis".
Porém, prometeu que o Governo vai atuar "com compaixão, protegendo os mais vulneráveis" e continuar a procurar o crescimento a longo prazo.
Rishi Sunak, de 42 anos, foi indigitado primeiro-ministro pelo Rei Carlos III na terça-feira, tornando-se no terceiro líder do Partido Conservador a ocupar o cargo em sete semanas, depois de Boris Johnson e Liz Truss.
O antigo ministro das Finanças foi o único candidato à liderança dos 'tories' a receber o apoio requerido de pelo menos 100 dos 357 deputados Conservadores, evitando assim uma votação dos militantes.
Sunak é também o mais novo chefe de Governo desde 1783 e o primeiro britânico com ascendência indiana a ocupar o cargo.
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