Novo PM britânico reintroduz moratória à fratura hidráulica
O novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, vai reintroduzir a moratória sobre a fratura hidráulica (fracking), que permite a produção de gás e petróleo de xisto, levantada pela antecessora Liz Truss, indicou hoje.
© Getty Images
Mundo Rishi Sunak
A moratória temporária sobre fratura hidráulica foi introduzida em 2019 pelo Executivo conservador devido ao risco de choques sísmicos, mas Liz Truss decidiu levantá-la em Inglaterra "para fortalecer a segurança energética" devido à guerra na Ucrânia.
Na quarta-feira, no primeiro debate parlamentar enquanto primeiro-ministro, Rishi Sunak afirmou pretender "cumprir o programa" eleitoral dos Conservadores de 2019, que também proíbe turbinas eólicas em terra (onshore), preferindo manter os parques eólicos ao largo da costa marítima (offshore).
No programa, o partido comprometia-se a proibir da fratura hidráulica até que "a ciência mostre categoricamente que ela pode ser feita com segurança".
O porta-voz do Governo Downing Street confirmou que Rishi Sunak vai cumprir o programa nesta matéria.
Durante o verão, quando estava a concorrer para suceder a Boris Johnson, Sunak afirmou que era a favor da fratura hidráulica "se as comunidades locais apoiarem" a tecnologia.
O levantamento da moratória por Liz Truss provocou indignação e preocupação entre ambientalistas, que argumentam que a fratura hidráulica causa terremotos, representa uma ameaça de poluição e oferece pouco em termos de energia adicional.
Na quarta-feira passada, o Governo derrotou uma proposta do Partido Trabalhista para proibir a fratura hidráulica, numa votação marcada pelos relatos de coação física entre deputados Conservadores para evitar uma vitória da oposição.
O Partido Trabalhista notou hoje que Sunak votou a favor do levantamento da moratória, e reiterou a promessa de proibir definitivamente a fratura hidráulica se chegar ao Governo.
A confusão gerada na votação, que está a ser alvo de uma investigação parlamentar, contribuiu para a queda no dia seguinte de Liz Truss, que também tinha proposto durante as seis semanas no cargo a expansão de parques eólicos 'onshore'.
"Ao insistir hoje na proibição de energia eólica 'onshore', Rishi Sunak está a mostrar que propõe mais do mesmo após 12 anos de política energética Conservadora fracassada, que tornou as contas de energia muito altas para as famílias e enfraqueceu a segurança energética do Reino Unido", criticou o deputado Ed Miliband, ministro sombra do Ambiente dos trabalhistas.
A organização Greenpeace saudou a reversão política anunciada hoje e "pediu à Sunak que também deixasse de emitir novas licenças de exploração de petróleo e gás".
Durante os 49 dias no cargo, Liz Truss também anunciou que queria rever o plano do país para a neutralidade carbónica em 2050 e prometeu uma política de desregulamentação pós-Brexit com a possível abolição de centenas de leis de proteção ambiental.
Rishi Sunak, que se tornou primeiro-ministro na terça-feira, manifestou hoje no parlamento o "compromisso" de respeitar os acordos da cimeira climática COP26 que decorreu no ano passado em Glasgow "porque queremos dar a nossos filhos um ambiente em melhor estado".
Rishi Sunak, de 42 anos, foi indigitado primeiro-ministro pelo Rei Carlos III na terça-feira, tornando-se no terceiro líder do Partido Conservador a ocupar o cargo em sete semanas, depois de Boris Johnson e Liz Truss.
Leia Também: Sunak reivindica vitória de 2019 para recusar eleições antecipadas
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