África tem "importância geoestratégica crescente" para Espanha
O Governo espanhol desbloqueou 2.115 milhões de euros para apoiar investimentos de empresas espanholas na África do Sul, disse hoje o primeiro-ministro Pedro Sánchez, que sublinhou "a importância geoestratégica crescente" que África tem para Espanha.
© PETRAS MALUKAS/AFP via Getty Images
Mundo Pedro Sánchez
"África é um continente com uma importância geoestratégica crescente e chave na ação exterior do nosso país. Espanha quer estabelecer sólidas alianças com os países africanos para enfrentarmos junto os desafios que temos em comum", disse Pedro Sánchez, numa conferência de imprensa em Pretória, ao lado d Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Segundo Sánchez, "a emergência climática é sem dúvida nenhuma" o maior desses desafios comuns, a que juntou "a transição energética que implica essa emergência climática", "a evolução tecnológica", a segurança alimentar ou os movimentos migratórios.
O primeiro-ministro espanhol esteve na quarta-feira no Quénia e hoje na África do Sul, naquelas que foram, como hoje o próprio Sánchez vincou, as primeiras visitas oficiais do líder de um governo espanhol a estes dois países. No ano passado, já tinha feito outro périplo na África subsaariana, que o levou ao Senegal e a Angola.
O Governo espanhol apresentou no ano passado o plano "Foco África 2023", com o qual tenta marcar um ponto de viragem nas relações com o continente africano e diversificar a sua influência diplomática fora da Europa, tradicionalmente centrada na América Latina e no norte de África.
O objetivo é alcançar uma nova parceria estratégica em que Madrid possa liderar a ação da União Europeia com esta parte do mundo, beneficiando de Espanha "não ser vista como antiga potência colonial" neste continente, segundo disseram esta semana fontes da Moncloa.
O "Foco África 2023" considera como "países âncora" Nigéria, Etiópia, África do Sul, e como "países prioritários" Senegal, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Tanzânia, Moçambique e Angola.
Em relação à África do Sul, Sánchez disse hoje ser um país com "enorme potencial" e de "grandes oportunidades", além de ter "estabilidade", desempenhar um "importante papel na estabilização" regional e partilhar com Espanha o "compromisso com o multilateralismo", a defesa de "uma ordem mundial baseada em regras" e o respeito pelos Direitos Humanos.
"É um ator fundamental na estratégia global de Espanha para África", afirmou, lembrando que os dois países têm assento no G20 (o fórum das cinte maiores economias munidas) e que em breve os líderes dos dois governos estarão na conferência das Nações Unidas do clima (COP27, no Egito).
No âmbito da economia, Sánchez e Ramaphosa sublinharam o objetivo de reforço das trocas comerciais e dos investimentos entre os dois países.
Foi neste contexto que Sánchez anunciou que Espanha "disponibiliza", através de diversos instrumentos de financiamento público, 2.115 milhões de euros em ajudas para os próximos cinco anos a empresas espanholas para "a execução dos planos de desenvolvimento da África do Sul" e que abrangem áreas como as energias renováveis, a gestão da água ou infraestruturas.
Estes são os setores em que já há também presença de empresas espanholas na África do Sul, segundo o governo de Madrid.
Sánchez convidou ainda Cyril Ramaphosa a visitar Espanha.
O Presidente sul-africano manifestou a disponibilidade e o interesse que a África do Sul tem também em aprofundar as relações com Espanha, tanto no quadro bilateral como no multilateral, e destacou igualmente o combate às alterações climáticas como um dos maiores desafios comuns.
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