A Fundação Nobel decidiu excluir esta sexta-feira o embaixador do Irão na Suécia da cerimónia de entrega dos prémios Nobel, marcada para dezembro. Na quarta-feira, a fundação já tinha decidido excluir também os embaixadores russos e bielorrussos, devido à invasão russa na Ucrânia.
Em comunicado, a instituição que entrega alguns dos prémios e condecorações mais importantes do mundo considerou que o Irão tem um papel na "escalada séria da situação" na Ucrânia.
"Apesar da Suécia e de outros países europeus ainda não terem políticas diplomáticas correspondentes no que diz respeito ao Irão, o assunto está em evolução e acreditamos que, tendo em conta a situação, o embaixador do Irão não deve ser convidado para a cerimónia de entrega dos Prémios Nobel", escreve a fundação, no seu site.
A cerimónia decorre em Estocolmo, no dia 10 de dezembro.
A instituição não mencionou, contudo, se a decisão foi influenciada pelos protestos no Irão contra a discriminação e violência contra mulheres, no âmbito da morte da jovem curda Mahsa Amini e das leis que obrigam as mulheres a usar o 'hijab'.
A Fundação Nobel também anunciou na semana passada que iria manter a tradição de convidar todos os partidos políticos na Suécia com representação parlamentar para a cerimónia, tirando o partido de extrema-direita Democratas Suecos (Sverigedemokraterna), que passou a ter uma forte influência em políticas migratórias depois das ultimas eleições.
O Nobel é entregue todos os anos a 10 de dezembro, no aniversário do fundador do prémio, Alfred Nobel, e premeia os indivíduos ou instituições que contribuíram de forma excecional em várias áreas, desde a Paz e a Literatura, à Economia, Matemática e Física.
Este ano, o Nobel da Paz foi entregue a Ales Bialiatski, um ativista de direitos humanos da Bielorrússia, à organização russa de direitos humanos Memorial, e ao Centro de Liberdades Cívicas da Ucrânia.
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